O goleiro Bruno Fernandes deixou o Presídio de Varginha, na noite desta sexta-feira, 19, após ter obtido a progressão para o regime semiaberto, concedido pela 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Varginha, a 320 km de Belo Horizonte.
Bruno será submetido a algumas obrigações no novo regime. Dentre elas, terá que ficar em casa entre 20h e 6h da manhã, durante a semana, incluindo os domingos e feriados. Ele também terá de comparecer ao juízo até o dia 10 de cada mês para a prestação de contas de suas atividades, além de cumprir serviço em obra, entidade pública ou instituição conveniada por, ao menos, sete horas por semana.
O ex-jogador foi condenado a 20 anos e 9 meses de prisão pelo assassinato e ocultação do cadáver da modelo Eliza Samudio, além de cárcere privado do menino Bruninho, filho dos dois. Sônia Moura, mãe de Eliza, assassinada pelo ex-goleiro em 2010, diz estar indignada com a decisão da Justiça. Ela vive em Campo Grande (MS) com o filho de Eliza e Bruno, Bruninho, hoje com 9 anos.
O goleiro Bruno Fernandes deixou o presídio de Varginha (MG) na noite de ontem e dormiria em casa. A decisão foi publicada na quinta-feira (18) e cumprida na tarde de ontem após a realização dos devidos procedimentos, como a audiência de instrução e o exame médico para a saída da prisão.
Bruno saiu do presídio por volta das 19h. Com uma blusa branca com capuz, ele não falou com a imprensa e seguiu direto para o carro. A advogada do goleiro, Mariana Migliorini, disse que o goleiro vai cumprir a pena em Varginha e que ainda não sabe com o que e quando ele vai trabalhar. A comprovação de trabalho é um dos requisitos para a progressão para o regime semiaberto.
Bruno, que foi condenado pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio e pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho em 2010, estava preso em Varginha desde 2017, quando se mudou para a cidade após conseguir uma liminar de soltura e assinar para jogar no Boa Esporte, time local. A vinda para a cidade foi marcada por diversas polêmicas, sendo que a maior delas resultou na falta grave que causou o atraso na obtenção da progressão do regime e na imputação de uma falta grave, em fevereiro deste ano, a Bruno.
A migração de regime foi possível porque a Justiça, em junho, anulou a falta grave que o ex-goleiro teria cometido em outubro passado, quando foi flagrado em bar ao lado de mulheres no momento em que deveria estar em trabalho externo.
Na decisão, o juiz Tarcísio Moreira de Souza afirmou que “o reeducando satisfaz as exigências subjetivas para a concessão da progressão de regime para o semiaberto, em especial pelo decote da imputação de falta grave, pois já cumpriu o lapso temporal necessário de pena imposta no regime fechado”.
Os crimes foram cometidos em junho de 2010, quando Bruno era goleiro do Flamengo. As investigações apontaram que o jogador, com a ajuda de amigos, matou Eliza. O corpo da vítima nunca foi encontrado.
A mãe de Eliza diz que o filho da vítima, Bruninho, sabe todo o histórico do crime: “Ele vai responder em liberdade e enquanto isso o menino me pergunta onde está o corpo da mãe”, declarou. Os responsáveis pela morte dela agora estarão soltos e até hoje ninguém me deu a única resposta que gostaria de ter: o que fizeram com o corpo da minha filha?”, questiona.
Do A Tarde