Uma pesquisa apontou que um terço das mulheres que moram em países subdesenvolvidos sofrem diferentes tipos de maus tratos durante o trabalho de parto. Meghan Bohren, pesquisadora e professora universitária especialista em saúde da mulher, comandou a pesquisa em quatro diferentes países: Gana, Guiné, Mianmar e Nigéria.
No Brasil, um estudo realizado em 2010 pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o Serviço Social do Comércio (SESC), revelou que 1 em cada 4 mulheres já sofreram algum tipo de violência obstétrica.
Foram observadas gestantes a partir dos 15 anos de idade que deram à luz em doze unidades de saúde diferentes entre setembro de 2016 e janeiro de 2018. As análises foram feitas à partir da entrada das mulheres nos hospitais até 2 horas após a realização do parto. De acordo com os pesquisadores, os abusos físicos e verbais se iniciaram 30 minutos antes do nascimento dos bebês.
Das 2.672 mulheres entrevistadas e observadas, 75,1% não concordaram com a episiotomia (corte realizado entre a vagina e o ânus) e 13,4% não optaram pela cesárea, apesar de terem sido submetidas a tais procedimentos.
Os estudos concluíram que a maior parte das vítimas desse abuso são jovens de baixa renda, com pouco acesso à educação. A falta de informação e instrução são alguns dos fatores que colaboram para a violência obstétrica, demonstrando a falta de apoio que muitas mulheres sofrem durante a gestação.
O que é violência obstétrica?
A violência obstétrica é a prática de procedimentos e condutas que desrespeitem e agridam a mulher na hora do gestação, parto, nascimento ou pós-parto. Na prática, se considera violência obstétrica os atos agressivos tanto de forma psicológica quanto física.
Entre os tipos de violência que as mulheres podem sofrer durante o parto, estão:
Abuso físico (bater ou beliscar, por exemplo)
Abuso sexual
Abuso verbal (linguagem rude ou dura)
Discriminação com base em idade, etnia, classe social ou condições médicas
Não cumprimento dos padrões profissionais de cuidado (por exemplo, negligência durante o parto)
Mau relacionamento entre a gestante e a equipe (falta de comunicação, falta de cuidado e retirada da autonomia)
Más condições do sistema de saúde (falta de recursos)
Do Terra