Por que assistir O Conto de Aia?

By 4 de janeiro de 2020agosto 4th, 2021Cultura, Especiais

The Handmaid’s Tale (O Conto de Aia) é uma série que já está em sua 4ª temporada, e baseada no livro de Margaret Atwood, lançado em 1985.

E se você ainda não viu essa série, confira uma lista com dez motivos para fazer desta distopia sua próxima maratona.

1. Distopia bem formulada

A taxa de natalidade está baixa, já que a fertilidade tem se tornado cada vez mais rara entre as mulheres. A frente conservadora instaura um golpe fundamentalista nos Estados Unidos, baseada no Antigo Testamento, e encontra uma solução: transformar as mulheres férteis em criadas para que elas possam dar à luz aos filhos dos líderes desta nação, os chamados Comandantes.

Além de seus vestimentas características, outra coisa marca cada aia: seu nome. Of, em inglês, significa de. Por exemplo: House of Gold = Casa de Ouro. É uma explicação simples, mas que faz sentido se você olhar o nome Offred, que é dado à aia do comandante Fred Waterford. Offred = Of fred. A aia de Glen é chamada de Ofglen. E todos os nomes delas seguem nessa linha. A cada família que chegam, elas recebem o novo nome; sempre com base no nome do comandante para o qual elas servirão.

O governo conservador e autoritário arranca todos os direitos das mulheres. As férteis, se tornam apenas “máquinas reprodutoras”. As outras, são enviadas para uma terra de tortura e conhecida como um inferno na terra. Já as esposas dos Comandantes estão submetidas à assédios morais diários além da humilhação. Já as mulheres mais velhas se tornam Marthas, empregadas domésticas, independentemente de sua carreira ou formação (algumas Marthas eram juízas e cirurgiãs).

Tanto as esposas quanto as aias fazem parte do ritual: uma vez ao mês, o Comandante estupra a aia A esposa segura os braços dela enquanto o evento acontece. Depois, ficam na expectativa da gravidez. Se ela ocorre, a aia passa imediatamente a ser bem tratada durante os nove meses seguintes.

Quando bebê nasce, a aia é “passada” para outra família. Esse é o dia a dia de Gilead, a cidade que se curva à Deus e faz as mulheres se curvarem ao seus “donos” e é o ponto central de The Handmaid’s Tale.

 

2. Enredo

O ambiente criado pela autora já dá margem para um enredo de força, mas se a história não fosse boa, talvez todo esse mundo tão cuidadosamente criado seria desperdiçado.

Por sorte, o enredo entrega no mesmo nível. Acompanhamos a história de uma aia, assistimos todo o processo pelo qual ela passa antes de ser entregue a uma família e conferimos seu dia a dia em um mundo cujo qual ela quer escapar.

A cada infração de Offred, recebemos mais detalhes deste mundo distópico num futuro não tão distante dos Estados Unidos.

3. Personagens

Todo personagem de The Handmaid’s Tale é complexo. Conforme vamos assistindo, percebemos que a esposa do Comandante não é má por ser má – uma série de acontecimentos fizeram ela assim.

A cada episódio, conhecemos melhor cada um dos personagens, e começamos a simpatizar com eles. Com exceção, talvez, do Comandante.

4. Atuação

As atrizes são um dos maiores destaques da série. Odiamos tia Lydia, brilhantemente interpretada por Ann Dowd, e nos apegamos a Emily (Ofglen), interpretada por Alexis Bledel.

Já os fãs de Orange is The New Black vão poder matar um pouco da saudade da Samira Wiley.

E é um dos pontos mais altos é, sem dúvida, Elisabeth Moss. A performance dela como Offred é fantástica, podemos observar cada reação da aia os olhos de Moss.

5. Estética

A fotografia da série ajuda a criar o clima em que ela é ambientada.

Além do cuidado com o figurino, que parece de uma época antiga exatamente para retratar esse regresso, os cenários são cuidadosamente construídos.

Imagens feitas com drone e em câmera fechada dão os panoramas dramáticos que funcionam tão bem com o enredo.

6. Trilha Sonora

Além da trilha sonora criada por Adam Taylor, que ajuda no ar de suspense, a série também conta com alguns sucessos como You Don’t Own Me da Lesley Gore.

E dá pra você conferir tudo isso nessa playlistona aqui.

7. Série premiada

The Handmaid’s Tale estreou em 2017 e no mesmo ano ganhou várias categorias em algumas das maiores e mais importantes premiações da televisão.

No Emmy Awards de 2017, o seriado foi indicado em 11 categorias – e levou 8! Entre elas, algumas das mais prestigiadas: Melhor Série DramáticaMelhor Atriz em Série DramáticaMelhor Atriz Coadjuvante em Série DramáticaMelhor Direção em Série Dramática e Melhor Roteiro de Série Dramática.

Já em 2018, foi o ano dos Golden Globes, no qual a série venceu nas categorias Melhor Série Dramática e Melhor Atriz em Série DramáticaThe Handmaid’s Tale também levou as mesmas categorias no Critic’s Choice Television Awards e Melhor Série na premiação Actors Guild Awards em 2018.

8. Te prende

Desde o primeiro episódio, a série te puxa e te coloca junto a saga de Offred.

A cada capítulo, você descobre mais sobre esse novo mundo que se instaurou nos Estados Unidos enquanto assiste a Offred tentar fugir dele.

A fuga dela é como um jogo de xadrez: passos que podem entregar o jogo ou colocá-la perto do Canadá, onde as pessoas podem se refugiar. Cada jogada te faz querer mais, principalmente com os ganchos que são estrategicamente colocados no final de cada capítulo.

9. Necessária para os dias de hoje

Independentemente da sua posição política pessoal, é inegável que o mundo está guinando para o lado conservador. Só observarmos a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos e Jair Bolsonaro no Brasil: ambos possuem discursos conservadores, em que colocam a religião presente no poder do Estado.

Ambos os homens já protagonizaram episódios machistas, o que fez com que milhares de mulheres se tornassem contra eles.

The Handmaid’s Tale ajuda a entender esse medo das mulheres de líderes com falas e atitudes machista que aproximam a religião do Estado.

10. Nolite Te Bastardes Carborundorum

“Não permita que os bastardos reduzam você a cinzas”. Offred encontra essa frase cravada em um armário na casa que mora e, desde então, passou a usá-la como um mantra pessoal.

A série é impactante porque a distopia que ela cria é uma ameaça real: esse mundo, apesar de se afastar do nosso atual com roupas antiquadas e outro modelo de governo, ele mostra exatamente como fomos desta sociedade para a de Gilead.

Mesmo assim, a série deixa uma mensagem: nolite te bastardes carborundorum. As coisas podem ficar ruins, mas o importante é não deixar que os bastardos acabem com você e continuar a lutar, do mesmo jeito que Offred fez.

 

 

do portal Showmetech.com

 

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