Uma menina de 13 anos, depois de ter sido estuprada pelo próprio pai, ser desacreditada pela mãe, e engravidar do abusador, morreu decorrente das complicações de um trabalho de parto prematuro. O caso aconteceu em Coari, interior do Amazonas, em dezembro de 2019.
Por meio de um exame de DNA, foi possível identificar que o pai da menina era o abusador. Um mandado de prisão foi expedido, mas o homem seguiu foragido até a tarde do último sábado, quando se entregou à polícia. Em depoimento, afirmou que fugiu por medo de ser linchado.
O homem segue preso, o bebê segue internado, a menina segue morta. Virou estatística.
Estatísticas completamente ignoradas pela ministra Damares, que, em seu mundo de fantasia ‘moral’, acredita que se as meninas não quiserem fazer sexo, o número adolescentes grávidas vai diminuir.
Damares e sua equipe ignoram que uma em cada três pessoas vítimas de violência sexual é uma menina de 12 a 17 anos. Ignora que a cada dez crianças e adolescentes que são atendidos no serviço de saúde após sofrerem algum tipo de violência sexual, quatro já tinham sofrido esse tipo de agressão antes.
Além de ignorar os dados oficiais do Ministério da Saúde, a campanha é irresponsável, pois joga nas costas das nossas meninas a decisão de começar ou não sua vida sexual, quando deveria voltar os olhos aos milhares de abusos que acontecem todos os dias em suas próprias casas.
Nenhuma dessas meninas teve poder de decisão.
Taty Valéria, com informações do G1/AM