No país onde uma mulher é agredida a cada quatro minutos, Bolsonaro defende ‘cruzar os braços’ como solução para por fim à violência

By 5 de fevereiro de 2020Machismo mata, Vá se tratar

O ‘presidente’ Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (5) que não pretende reforçar o orçamento para políticas de combate à violência contra a mulher. Para ele, a área não depende de dinheiro, e sim de “postura”, “mudança de comportamento” e “conscientização”.

Levantamento feito pelo Broadcast do Estadão revelou ontem que houve redução drástica nos recursos da área entre 2015 e 2019 e que o programa Casa da Mulher Brasileira, voltado para o atendimento de vítimas de violência, ficou sem receber um centavo em 2019. Nós falamos sobre isso em vídeo. Acompanhe aqui.


“A (ministra) Damares (Alves) está sendo 10 nesta questão, não é dinheiro, recurso. É postura, mudança de comportamento que temos que ter no Brasil, é conscientização”, afirmou aquele que se diz presidente.

A grande surpresa é o presidente conseguir construir uma narrativa em que apareçam termos como ‘conscientização’, ‘postura’ e ‘mudança de comportamento’, uma vez que ele não conhece seus significados. Talvez ele seja a pessoa menos qualificada para falar sobre qualquer um desses temas.

Já afirmar que o não haverá reforço no orçamento para políticas públicas para as mulheres, é totalmente aceitável dentro do padrão de governabilidade e sociedade que ele segue.

Entre 2015 e 2019, o orçamento da Secretaria da Mulher, órgão do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, foi reduzido de R$ 119 milhões para R$ 5,3 milhões. Levantamento feito pelo Estado aponta que, no mesmo período, os pagamentos para atendimento às mulheres em situação de violência recuaram de R$ 34,7 milhões para apenas R$ 194,7 mil.

No Brasil, uma mulher é agredida a cada quatro minutos, segundo dados do Ministério da Saúde. De acordo com pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a maior parte da violência que ocorre no Brasil é praticada por companheiros, ex-companheiros, amigos/conhecidos da vítima.

da redação, com informações do site Terra

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