A subnotificação de crimes homofóbicos na Paraíba esconde uma triste realidade dentro e fora da quarentena

By 17 de maio de 2020Fora do Armário
Diogo Silva Vieira Santos, 32 anos, era chefe de Recursos Humanos da empresa Alpargatas, e foi encontrado morto, com requintes de crueldade, em seu próprio apartamento, no bairro do Valentina. Muito provavelmente, Diogo foi vítima de crime homofóbico.

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Felipe Santos, coordenador do MEL – Movimento Espírito Lilás, afirmou ao Paraíba Feminina que existem outros três casos de crimes homofóbicos cometidos em 2020. Infelizmente, com a subnotificação, esse número não representa a realidade.
“O problema da subnotificação é real. Primeiro porque existe uma homofobia institucionalizada: não é raro que as próprias autoridades de segurança notifiquem como latrocínio, caindo na vala dos crimes comuns. Outro ponto delicado é que as vezes a própria família prefere não expor essa questão”, disse Felipe.
Nesse sentido, o trabalho de apuração começa a partir do que é publicado na imprensa. “Fazemos os recortes a partir do que é publicado, e atualizamos nossas planilhas com todo cuidado, mas é preciso um trabalho educativo”, afirmou.
Uma das inciativas do MEL foi montar, em parceria com o Observatório de Violência por Intolerância, uma campanha pelo whatsapp, para que as pessoas possam denunciar crimes.
“Se você souber de alguém que foi vítima de LGBTfobia nesse período de distanciamento social, faça o Boletim de Ocorrência aqui bit.ly/2Yjyh32, depois registre no Observatório de Violência por Intolerância aqui: https://bit.ly/2zzWWWL.

Denuncie Lei 7.716/16
#MEL28Anos
#VocêNãoEstáSozinhx”

Felipe também afirma que está em diálogo com a Secretaria Estadual da Mulher e da Diversidade Humana, para que logo após o término do estado de calamidade decretado pela pandemia do coronavírus seja possível realizar um trabalho de formação com as forças de segurança pública do estado, no sentido de garantir a notificação segura dos crimes de homofobia no estado.

Taty Valéria

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