Foragido da Justiça por estuprar uma criança, tio de Michelle Bolsonaro é preso

 

Foto: Isac Nóbrega/PR

Foi preso na noite do último sábado, o tio materno de Michelle Bolsonaro, Gilmar Firmo Ferreira, de 44 anos, foragido da Justiça pelo crime de estupro. Ele foi encontrado num conjunto habitacional em Taguatinga, cidade satélite de Brasília, por volta das 22h. A região é uma das mais pobres e violentas do Distrito Federal.

De acordo com informações da ocorrência policial, Gilmar foi localizado depois de uma denúncia anônima. Os agentes fizeram o monitoramento do endereço e solicitaram que uma das moradoras do imóvel chamasse o tio de Michelle. Após ele sair da residência, os policiais deram voz de prisão.

Gilmar é o irmão mais novo de Maria das Graças, mãe de Michelle Bolsonaro, e foi condenado em 2018 a 14 anos, 4 meses e 24 dias, em regime fechado, por estupro.

De acordo com a denúncia registrada na delegacia, a vítima – uma criança na época – começou a sofrer abusos no ano 2000. Ele é casado com a tia da menina.

Em um relato detalhado, a vítima contou que Gilmar pegou a mão dela e colocou nas partes íntimas dele. A garota teria entrado na casa da tia para tomar banho e surpreendeu-se ao ver que o homem a estava observando. Na ocasião, segundo a denúncia, o agressor teria dito: “Você está ficando mais gostosa que a sua tia, ainda vou ficar com você”.

Quatro anos depois, aos 14, a menina teria sofrido novo ataque. Ela dormia no sofá da casa da tia, quando acordou e viu Gilmar com as calças arriadas. O homem, segundo as acusações, teria deitado em cima dela e mandou a vítima não gritar. O ato não teria sido concretizado porque a adolescente contou que pediu ajuda. Apesar de ninguém ter aparecido na ocasião, o suposto agressor a teria deixado ir embora.

A garota conta ainda que, em 2005, Gilmar a beijou à força. Segundo a ocorrência policial, a mãe dela e a tia, mulher de Gilmar, sabiam dos abusos, mas nada fizeram, porque o homem tinha um perfil agressivo.

A menina explicou à polícia que demorou a denunciá-lo porque a tia teria implorado para ela perdoar o agressor, mas mudou de ideia depois de descobrir ataques similares de Gilmar a uma prima, que também havia sido violentada por ele e estava com sinais de depressão.

As duas resolveram registrar ocorrência e solicitar medidas protetivas. No depoimento, a prima revelou que os estupros tiveram início quando ela tinha 5 anos de idade. Só cessaram após completar 14.

Os abusos teriam ocorrido tantas vezes que a menina não soube precisar a quantidade.

Como descreve a denúncia, em um dos episódios, a criança assistia a um desenho animado quando saiu para comprar balinhas. Ao voltar à residência, Gilmar estava sentado na sala vendo vídeos pornográficos.

Aos investigadores, ela relatou que o tio pegou uma faca e a obrigou a assistir às cenas de sexo. Ainda de acordo com o depoimento, o homem tirou as calças e passou o órgão genital nas partes íntimas da vítima.

Assustada, a garota fez um desenho retratando a dinâmica dos abusos e mostrou para as tias. As famílias moravam na mesma casa.

O que Michelle Bolsonaro tem a ver com o crime cometido pelo tio? Nada, provavelmente. A questão não é apontá-la com cúmplice, ou conivente. Mas não deixa de ser irônico, e trágico, que a família da primeira dama seja envolvida com crimes dessa natureza, uma vez que o casal presidencial prega uma moralidade e um conservadorismo exacerbado, especialmente na hora de apontar o dedo e ameaçar qualquer um que não siga sua cartilha.

da redação, com informações do site Metrópoles

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