Relatório aponta que 61% das vítimas de feminicídio são mulheres negras

Um relatório produzido pela Rede de Observatórios da Segurança, grupo de estudos sobre violência nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará e Pernambuco, reuniu dados que demonstram como a população negra é a principal vítima da violência no País. Entre as vítimas de feminicídio, 61% são mulheres negras.

Ao todo foram computados 1.408 casos dessa natureza nos cinco Estados monitorados. Estes casos distribuem-se entre tentativas de feminicídio/agressões físicas, feminicídios, violência sexual/estupros, homicídios, agressões verbais, tortura, sequestros, balas perdidas, cárcere privado, ameaças/coação, tentativas de homicídio e outros. Juntos, feminicídios e tentativas de feminicídio correspondem a 68,8% deste total – 454 e 516, respectivamente”, relata a Rede.

“As informações disponíveis sobre a motivação de todos os casos de violência contra mulher, nos cinco Estados, mostram 319 casos motivados por brigas, 123 por término de relacionamentos, 68 por ciúmes e 28 por crime de ódio – aquele praticado contra uma pessoa por ela pertencer à determinada etnia, cor, origem, orientação sexual e, neste caso, identidade de gênero. A maior parte dessas agressões é praticada por pessoas próximas: 466 casos por companheiros e ex-companheiros; 152 por namorados e ex-namorados; e 68 por outros familiares”, diz o relatório.

Entre os estados monitorados, São Paulo é aquele que registrou mais casos de feminicídio, com 175 ocorrências. Já Pernambuco, com uma população bem menor, encontra-se em segundo lugar em números absolutos, 90 casos. Entre os crimes violentos letais intencionais no Ceará, o feminicídio foi o único tipo de crime que teve aumento entre os anos de 2018 e 2019, com uma variação de 13%.

Confira aqui o relatório completo.

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