Professor encontrado morto em casa pode ter sido vítima de crime homofóbico

By 10 de setembro de 2020Justiça

Na última sexta-feira (4), vizinhos ouviram uma discussão na casa do professor Gláubio Olímpio de Almeida, que morava no bairro de Mangabeira. Desde então não o viram ou tiveram notícias dele. Na tarde desta quarta-feira (9), depois de sentirem um mau cheiro que vinha da casa do professor, resolveram chamar a polícia. Glaubio foi encontrado morto, com sinais claros de violência, e já em avançado estado de decomposição.

Gláubio tinha 50 anos, era professor de inglês e dava aulas no sistema penitenciário paraibano, além do ensino de jovens e adultos e militante LGBT, além de ser uma pessoa considerada extrovertida, tranquila e muito querido por quem o conhecia.

Apesar da linha de investigação da Polícia apontar para latrocínio, as características do crime vão na direção do crime de homofobia. A causa da morte ainda está sendo averiguada pela perícia.

Entre os amigos de Gláubio, existe o desejo de que o crime seja considerado homofóbico.”É complicado colocar só como latrocínio, a investigação tem que ocorrer de fato: Gláubio era homossexual e a cena dá um direcionamento para crime de homofobia. Foram roubados alguns pertences sim, mas são características de crimes homofóbicos. Espero que as investigações avancem nesse sentido”, afirmou.

Esse é o terceiro caso de crimes homofóbicos caracterizados como crimes comuns, só na Grande João Pessoa.

Diogo Silva Vieira Santos, 32 anos, era chefe de Recursos Humanos da empresa Alpargatas, e foi encontrado morto, com requintes de crueldade, em seu próprio apartamento, no bairro do Valentina.

Gabriel Taciano era agente socioeducativo da FUNDAC e foi encontrado morto, sem roupas. Foi agredido com pedaços de madeira, asfixiado e jogado do alto de uma falésia na praia de Jacarapé.

Agora, o professor Gláubio.

Até quando?

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