Ela é linda, manteve o sotaque paraibano intacto, fala o que pensa (e fala alto), passou dos 20 milhões de seguidores no Instagram e twitter, ajudou a elevar o nosso cuscuz, seu nome já é uma marca e, independente de ganhar, ou não, o Big Brother Brasil 21, já é a maior vencedora do reality show de todos os tempos. Sim, estamos falando de Juliette Freire.
Mas um ponto pouco explorado da nossa maior representante, diz respeito ao seu trabalho enquanto defensora dos direitos humanos. Entre agosto de 2016 e julho de 2017, Juliette foi estagiária na Defensoria Pública da União, e atuou na defesa de direitos fundamentais como educação, previdência, saúde, moradia e liberdade.
“Uma causa coletiva e particularmente relevante em que ela atuou foi na defesa e conscientização de mulheres sobre a violência obstétrica”, diz Diana Andrade, defensora pública federal.
Outra ação que defensora pública lembra, diz respeito à defesa de mulheres com câncer de mama.
“A atuação da DPU foi ampla, mas Juliette participou na busca ativa por mulheres, inclusive indo ao hospital Napoleão Laureano e aplicando questionários para saber se o tratamento das mulheres estava adequado e se os direitos das pacientes (quanto a prazos e realização de mamografias, ultrassonografia, consultas etc) estavam sendo respeitados”.
Até quem conheceu ou trabalhou com a Juliette maquiadora sabe do seu lado de defensora dos direitos humanos, que foi além do estágio da DPU e enveredou na sua vida profissional. Mesmo ganhando seu sustento totalmente fora do mundo jurídico, a paraibana, com sua inscrição da OAB-PB em mãos, continuou com sua iniciativa de defender os mais vulneráveis sem pretensões financeiras. Como ela mesmo repetia (e ainda repete dentro da casa do BBB), dinheiro mesmo ela ganha com maquiagem. Com a advocacia, ao que parece, ela ganhou muito mais que remuneração, ajudando pessoas sem visar honorários e porcentagens, apenas auxiliando quem precisava.
Ju, como os paraibanos e porque não dizer, brasileiros, passaram a tratar numa intimidade única, é um fenômeno de marketing e publicidade. O que gerou isso tudo? Deixo para os especialistas responderem, mas podemos citar a autenticidade como maior mérito. Juliette, pra começar, foge totalmente do estereótipo que o restante do Brasil enxerga os paraibanos. Ela é articulada, tem bagagem acadêmica (seu trabalho de conclusão do curso de Direito abordou a contribuição da Literatura para o mundo jurídico, especialmente da obra “Medida por Medida” de William Shakespeare), sabe debater política sob o aspecto mais progressista e consegue manter uma conversa de nível, quando quer, porque assim como nós, ela não é obrigada. Além de tudo, é bonita. Para a surpresa dos sudestinos, a Paraíba é toda feita de mulheres como Juliette, mas isso nós paraibanas já sabíamos.
Quantas outras Juliettes conhecemos?