Estamos acompanhando atentas a tragédia que aconteceu nesta terça-feira (4), no município de Saudades, em Santa Catarina.
Fabiano Kipper Mai, de 18 anos, entrou na escola infantil Aquarela armado com um facão. A primeira a ser esfaqueada foi a professora Keli Adriane Aniecevski, de 30 anos, que trabalhava há uma década na escola. Fabiano a seguiu até uma sala onde estavam quatro crianças e a agente educacional Mirla Renner, 20 anos, que, além de trabalhar na escola, era estudante de Engenharia Química na Udesc, em Pinhalzinho, SC. Keli e dois bebês morreram no local. Mirla e outra criança foram levadas com vida ao hospital, mas não resistiram.
Ao ser levado para o hospital, Fabiano perguntou quantas vítimas tinha feito.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Jerônimo Ferreira, o autor levou duas facas para a creche, mas só uma foi utilizada. Ele havia comprado os objetos havia pouco tempo. Na casa de Fabiano Kipper Mai, tido pelos pais e outros parentes como um “jovem tranquilão”, foram encontradas as embalagens dessas armas brancas compradas recentemente. O computador do jovem foi apreendido e foi encontrado R$ 11 mil em dinheiro de salários que o assassino guardava. Ele trabalha em uma empresa de produção de roupas. Fabiano morava com os pais, a irmã e a avó. Conforme eles, Kipper Mai não tinha o costume de sair de casa, não tinha celular e nem muitos amigos.
Há também o relato de que ele teria sofrido byllyng na escola e era violento com os animais de
estimação da família. Ainda assim, familiares e a Polícia Civil ainda tentam entender a motivação do
violento crime.
Num artigo publicado pela ativista feminista Lola Aronovich ainda na terça-feira, ela afirma que recebeu três e-mails de diferentes “fóruns” reivindicando a autoria do ataque. Num deles, a afirmação: “Kipper um garoto inocente, introvertido e com tendências suicidas que acabou encontrando o caminho e conhecendo a verdade, hoje pode se intitular como um homem sancto e puro. Este é apenas o começo de nossa fúria”.
Até o momento, não é possível atribuir nada à ninguém, a não ser ao próprio Fabiano. Mas o ano de 2021 tem sido especialmente trágico, e até agora, foram três grandes crimes que podem ter ligação, apesar de acontecerem em lugares tão diferentes no Brasil.
- São Paulo: Em fevereiro Guilherme Alves Costa, de 18 anos, foi preso em flagrante após assassinar a facadas uma jovem de 19 anos. O assassino gravou um vídeo onde dizia: “Vocês estão achando que é tinta, montagem ou algo do tipo, mas não é. Eu realmente matei ela, entendeu? […] Olha só, que maravilha”.
- João Pessoa: Em abril, Jonathan Henrique dos Santos foi indiciado por feminicídio e ocultação de cadáver de Patrícia Roberta