Caso Eloá: Justiça concede regime semiaberto a Lindemberg Alves, condenado pela morte da adolescente

By 10 de junho de 2021Brasil, Justiça, Machismo mata

Em outubro de 2003, Lindemberg Alves invadiu, armado, o apartamento da ex-namorada, Eloá Cristina. Na época, Lindemberg tinha 25 anos, e Eloá, apenas 15. A adolescente acabou o relacionamento porque não aguentava mais os ciúmes do namorado. Mas ele não aceitou o fim, e depois de 4 dias de um circo midiático e de uma ação desastrosa do Grupo de Operações Táticas de São Paulo, Eloá foi assassinada com um tiro no rosto.

Em fevereiro de 2012 Lindemberg foi condenado a mais de 90 anos de prisão pelo assassinato da ex-namorada, e por mais 11 crimes cometidos durante o sequestro. Um ano depois, a Justiça reduziu sua pena para 39 anos.

Na última terça-feira, 8 de maio de 2021, a Justiça concedeu o regime semiaberto a Lindemberg Alves. Ele cumpre pena na Penitenciária Doutor José Augusto Salgado, a P2 de Tremembé (SP), desde 2008.

A decisão é da juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da 1ª Vara das Execuções Criminais (VEC) de Taubaté. A defesa de Lindemberg fez o pedido em setembro de 2020, levando em consideração o tempo de pena cumprido e a remição.

Por trabalhar na unidade, ele teve 313 dias da pena perdoados. No semiaberto os detentos têm direito a cinco saídas temporárias no ano, entre elas Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal.

Decisão da Justiça

No texto, a magistrada ressaltou que o preso “obteve resultado positivo no exame criminológico realizado, pela unanimidade dos avaliadores participantes, que o consideraram apto à usufruir do regime intermediário”.

A decisão é do dia 11 de maio e o comunicado de transferência de regime foi enviado à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) nesta terça-feira (8).

O relatório de avaliação psicológica considerou que Lindemberg tem “agressividade e impulsividade dentro dos padrões normais e que “arrepende-se profundamente, lamenta perda irreversível à família da vítima“.

Veja mais:

“Quem matou Eloá?” traz uma análise crítica sobre a espetacularização da violência e a abordagem da mídia televisiva nos casos de violência contra a mulher no Brasil, que é o quinto país no mundo mais mata mulheres. Aqui está disponível na íntegra:

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