Cirurgia íntima para mulheres! Por que odiamos tanto a nossa própria vagina?

By 25 de janeiro de 2021Lute como uma garota

Lipoaspiração, retirar excesso de pele, enxerto de gordura para diminuir a flacidez… não, não estamos falando de diminuir a barriga ou levantar o bumbum. São procedimentos que existem hoje no mercado de cirurgia íntima para mulheres. Outras cirurgias podem diminuir o tamanho do clitóris, reconstituir o hímen, e apertar o canal vaginal – que é muito útil para mulheres com problemas de incontinência urinária, mas na maioria dos casos, é feita para dar mais prazer ao parceiro.

A morte da influencer Liliane Amorim, depois de uma lipoaspiração, abriu a discussão sobre o exagero das cirurgias estéticas em busca de um padrão de beleza irreal, mas outro ponto merece nossa atenção: porque se submeter a procedimentos dolorosos e arriscados na região íntima? Porque odiamos tanto nossa própria vagina a ponto de querer transformá-la em outra coisa?

O país é recordista mundial em plásticas íntimas. Só em 2016, 25 mil brasileiras buscaram corrigir as “imperfeições” vaginais, segundo dados mais recentes da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica. E a grande maioria das intervenções são apenas estéticas. As cirurgias para correção de algum desenvolvimento inadequado da anatomia feminina representa apenas 1,8% dos procedimentos. Outro dado preocupante diz respeito à idade das mulheres: Apesar de não existirem dados oficiais, alguns profissionais calculam que metade das pacientes está na faixa dos 18 anos de idade.

Já não basta a pressão pela barriga chapada, bunda durinha, pernas grossas, cabelo liso, sobrancelhas desenhadas, nariz afilado, unhas sempre bem feitas, pés lisos, depilação completa… agora temos que colocar pressão no nossa vulva?

Ah, e antes do “cancelamento”, é bom deixar claro que sim, algumas mulheres precisam e necessitam de cirurgias reparadoras na região íntima, em sua maioria, por problemas decorrentes de epsiotomias desnecessárias e partos vaginais mal conduzidos e por vezes, violentos. Mas isso é um assunto para outra publicação.

O recado que fica paras as mulheres é simples: você é única, e não há homem, mídia ou padrão que mereça um procedimento tão íntimo e tão arriscado.

Taty Valéria

 

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