PAI DE MAFALDA – Quino, criador da personagem mais empoderada e questionadora dos quadrinhos, morre aos 88 anos

By 30 de setembro de 2020Lute como uma garota

Quino, cartunista argentino conhecido por criar as histórias em quadrinhos da personagem Mafalda, morreu aos 88 anos, confirmou seu editor, Daniel Divinsky, pelo Twitter. A causa da morte não foi divulgada.

Joaquín Salvador Lavado foi o criador das histórias em quadrinhos mais traduzidas da língua espanhola. Ele nasceu em 1932, em Mendoza, na Argentina, onde voltou a morar desde 2017, após a morte de sua mulher, Alicia Colombo.

Seu nome será sempre associado ao de sua personagem mais famosa, Mafalda, a menininha esperta, que brinca com metáforas sobre problemas políticos e sociais.

Mafalda, com seu cabelo assanhado e o enorme laço de fita, virou símbolo do movimento feminista. Desde sua concepção, em 1962, Mafalda tem sido reflexiva e combativa em questões como maternidade, guerra e infância. O próprio Quino declarou recentemente sua afinidade com a luta feminista: “Sempre acompanhei as causas de direitos humanos em geral e dos direitos das mulheres em particular, a quem desejo sorte em suas reivindicações”.

Em 2019, Mafalda ganhou um livro coletânea que reuniu as melhores tirinhas relativas à luta das mulheres por espaço. Mafalda: Femenino Singular da editora espanhola Lumen, deixou o registro de que a personagem é um ícone feminista.

Lola Albornoz, editora da Lumen e responsável pela antologia, explicou que a ideia do seleção surgiu com a imagem de Mafalda em faixas durante a manifestação feminista de 2018 na Espanha. “No trabalho de Quino há muita reflexão que pode contribuir para o movimento feminista”, comentou durante o lançamento da obra.

Entre cerca de 2.000 tirinhas publicadas por Quino desde 1963, Albornoz diz que não foi difícil encontrar material suficiente para dedicar um volume de 140 páginas às reflexões de Mafalda sobre o papel das mulheres e críticas ao machismo de seu entorno. “Nunca tinha sido posto o foco editorial sobre este tema nas tirinhas. Mas não é só Mafalda se queixando sobre o papel feminino, é a menina que convidando à reflexão”, diz Albornoz.

 

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