Guia da rede de enfrentamento e atendimento à violência doméstica e sexual

 

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O projeto Paraíba Feminina é idealizado e realizado Taty Valéria, com o apoio e colaboração de Márcia Marques, ambas jornalistas graduadas pela Universidade Estadual da Paraíba. Nele, a bandeira principal é denunciar os desmandos das minorias e dar holofote a quem precisa e necessidade de ser valorizado neste sociedade tão injusta. Leia abaixo o texto da editora de conteúdo sobre como este sonho se tornou realidade.

Paraíba Feminina: Uma história de amor entre o jornalismo e o feminismo
por Taty Valéria – Editora de conteúdo

Eu sempre gostei de ler e de contar histórias. E eu tinha a utopia de achar que o jornalismo era a melhor forma para que as pessoas entendessem o seu redor, que procurassem respostas e que, principalmente, fizessem perguntas.

Já o feminismo surgiu ainda na infância, quando meu pai não me deixava fazer serviços domésticos (ele mesmo fazia), mas me incentivava a ler. Eu morava numa casa em que meu pai cuidava dos filhos pra minha mãe poder fazer faculdade, e vinha de uma família em que até minha bisavó trabalhava fora. Me incomodava com as amigas que precisavam arrumar o quarto e limpar a sujeira dos irmãos homens, me indignava quando ouvia coisa como “você não pode porque é menina”. Eu sentia esse incômodo mas não sabia exatamente o que era. Quando entrei na faculdade, comecei a entender o que era o feminismo, mas a mídia e o senso comum fizeram o desserviço de colocar a palavra FEMINISMO como algo pejorativo, agressivo. Eu já era feminista, mas não assumia por não entender, ainda, o real significado do conceito. Foi preciso uma desconstrução da minha própria percepção pra poder absorver o que o feminismo significa e do quanto precisamos dele.

Ter o site surgiu nos meus sonhos quando estava no último ano do curso. Eu queria um espaço onde pudesse falar sobre qualquer assunto, sem filtro. Eu queria um espaço em que as demandas femininas fossem além da moda e beleza. Com os processos que o Brasil vem passando desde 2016, uma fase de desmonte em todas as suas instituições, um contexto social mais conservador da nossa história, a regressão de 50 anos em termos de comportamento e costumes, senti ser o momento certo para ecoar essa voz que sempre bradou dentro de mim.

Há cerca de 20 anos a revista Veja fez uma capa com mulheres declarando ter feito um aborto. Hoje temos um projeto de lei pretende internar numa clínica psiquiátrica uma mulher que “demonstre interesse” em interromper uma gravidez. Esse é o momento de se posicionar: sobre o que conquistamos e sobre o temos a perder. É o momento de usar nossa voz e demonstrar que somos fortes, e somos muitas.

O Paraíba Feminina tem um perfil progressista e nada conservador. Defendemos as mulheres, LGBTQ+, crianças e adolescentes. Ou seja, a grande parte da população brasileira que é vulnerável e que mais sofre com a violência institucional. Não nos colocamos como isentos, pois acreditamos que a isenção de opinião já é um posicionamento. Acreditamos que boas práticas e políticas públicas que favoreçam essa parcela da população devem ser celebradas e compartilhadas e que o trabalho legislativo – estadual e municipal – deve ser cobrado, acompanhado e publicizado, pois é desses lugares que saem as leis que regulam nossa vida em sociedade. Denunciamos crimes de feminicídio, homofobia, racismo e violência contra crianças e adolescentes.

Resolvi começar com algo que não me trouxesse grandes custos para que eu pudesse trabalhar essa linha editorial e o jeito de criar as pautas. Para isso, criei o blog e comecei a produzir conteúdo. O perfil no Instagram @paraibafaminina, é o maior da Paraíba, em número de seguidores, nesse segmento.

Mais do que um simples portal de notícias, nos identificamos como um espaço de informação e empoderamento para mulheres que se difere do que existe hoje relacionado ao público feminino. Muito mais do que dicas de moda, dieta, beleza, filhos e carreira, nosso portal é um lugar que representa e abarca a essência das mulheres brasileiras. E aqui estamos prontas pra combater o machismo, brigar pela equidade e denunciar os abusos dessa sociedade!

A nossa essência se define em mudar a cultura existente. Ou pelo menos tentar. Se eu conseguir que uma única pessoa mude a forma de enxergar as mulheres e a sociedade em que vivem, já posso me dar por satisfeita. Mas pensando de forma mais pragmática, o objetivo principal é fazer com as pessoas comecem a refletir, que exercitem o pensamento crítico em detrimento do senso comum. Que possam enxergar que as diferenças entre as pessoas não diminuem quem elas são.