Cativeiro, choro e castigo! O caso das crianças trancadas e maltratadas pela imigração americana

By 2 de julho de 2019Sem categoria

A política anti imigração de Donald Trump, já tão questionada pela comunidade internacional, têm nas crianças suas principais vítimas.

Uma menina mantida por duas semanas em um centro para imigrantes em Clint, no Texas, com sua irmã disse que dormiam no chão e que crianças que choravam pelos pais eram trancadas, em depoimento a advogado obtido pela agência Associated Press.

No depoimento gravado em vídeo, a menina de 12 anos diz que ela e sua irmã de seis anos eram mal tratadas e não tinham autorização para brincar ou tomar banho. O rosto da criança não é visível na gravação por questões de privacidade.

O advogado Taylor Levy, baseado no Texas, disse que as duas crianças foram separadas da tia quando chegaram aos EUA, no dia 23 de maio. As crianças foram levadas para o centro do Serviço Alfandegário e de Proteção de Fronteira (CBP) em Clint. A tia também está detida. Todas são centro americanas.

A mãe das meninas chegou aos EUA há quatro anos após fugir de violência doméstica, afirmou Levy à Associated Press. As crianças ficaram com a tia, que também decidiu fugir após o pai das meninas ameaçá-las.

No vídeo, a menina diz que recebeu para comer pudim, suco e um burrito — que ela não comeu porque tinha gosto muito ruim, afirma a AP.

Advogados que visitaram o centro de Clint no mês passado, quando as duas já haviam sido liberadas, disseram que as condições no local eram péssimas, com mais de 250 crianças tendo de cuidar umas das outras em meio a condições sanitárias e de alimentação inadequadas.
Após ativistas denunciarem abusos, o CBP levou repórteres para um tour no centro de Clint. Segundo
relato do The New York Times, os jornalistas não puderam conversar com as crianças nem tiveram acesso a celas ou puderam gravar ou fazer fotos do local.

O comissário interino do CBP, John Sanders, pediu demissão e vai deixar o cargo no dia 5 de julho.
Levy afirmou ter ajudado a reunir as duas crianças com a mãe no dia 3 de maio, depois de autoridades do centro terem dito que as duas estavam frequentemente doentes.

“Foi uma reunificação incrivelmente difícil. As crianças estavam altamente traumatizadas”, afirmou Levy à AP.

Folha de São Paulo

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