Na “sociedade do feminicídio”, o poder de mudar uma realidade violenta começa dentro de casa

By 6 de agosto de 2019Machismo mata

Logo cedo demos mais uma notícia sobre um feminicídio ocorrido na Paraíba. 

Rosinete Martins da Silva foi assassinada na tarde dessa segunda-feira (5), com dois tiros na cabeça e tórax, dentro da casa onde morava e possuía um salão de beleza, no município de Juazeirinho, no Cariri paraibano.

A mulher tentou procurar a delegacia da região, mas a unidade de policiamento estava fechada por conta do ferido. A delegacia mais próxima que poderia receber a denúncia da cabeleireira era na cidade de Esperança, a 98,5 quilômetros de distância, conforme a Polícia Civil.

Diante da repercussão do caso, deputados estaduais se manifestaram no plenário da Assembleia Legislativa da Paraíba para lamentar o fato, e ao mesmo tempo, exigir dos poderes públicos uma saída para o casos de feminicídio.

O deputado estadual Ranyeri Paulino (MDB), talvez tenha feito a melhor fala sobre a situação, e em resumo, externou: “Não tenho a saída, sinceramente.

É preciso que a sociedade entenda que o problema da violência contra à mulher vai muito além de um problema de gestão. O combate à essa chaga deve envolver todas as instâncias de poderes públicos, mas não apenas isso.

São inúmeros os casos de mulheres que foram perseguidas, agredidas e assassinadas por ex companheiros que já cumpriam medida protetiva. Nesses casos fica muito clara a dimensão do problema: todas as instâncias de assistência já haviam sido realizadas, mas nada disso garantiu segurança.

Algumas pessoas também apontam que, caso essas mulheres andassem armadas, não seriam vítimas. Uma falácia covarde e incompatível com a realidade. O máximo que poderia acontecer era essa mulher trocar de papel, e ao invés de vítima, se tornar assassina.

Como já dissemos, tudo é uma questão de cultura. O estado não tem como colocar um policial vigiando cada casa. A justiça não tem o poder onipresente de acompanhar o cotidiano de todas as residências da Paraíba. O que se faz urgente é uma mudança no conceito da educação que nossas crianças recebem. São as gerações futuras que detém o poder de mudar uma realidade violenta.

Taty Valéria

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