Depois de 37 anos, filhos descobrem que pai assassinou a mãe por não aceitar um divórcio

By 22 de agosto de 2019Machismo mata
filhos de Pierina em busca de justiça

Há 37 anos, Pierina Carroso descobriu que o marido estava tendo um caso com a empregada doméstica que trabalhava na sua casa. Mãe de sete filhos, Pierina queria o divórcio. O marido a chama para fazer uma viagem. No meio do caminho, acontece um assalto, Pierina é assassinada, seu marido se casa com a empregada, e todos foram felizes para sempre. Só que não.

Os seis filhos ainda vivos de Pierina procuraram a delegacia da Polícia Civil em Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá,  e denunciaram que o pai matou a mãe deles no interior de Quilombo, Santa Catarina, há 37 anos. A vítima foi morta por pedir divórcio após descobrir que o marido tinha um caso com a empregada da família.

De acordo com a família, Pierina foi morta no dia 25 de janeiro de 1982. O marido, que hoje tem 78 anos, passou todos esses anos dizendo aos filhos que a mulher tinha sido assassinada em um assalto.

Pierina agora pode descansar

Depois que os filhos descobriram o crime, o pai confessou e detalhou o assassinato à família. Segundo a Polícia Civil, o idoso deve permanecer em liberdade já que o crime prescreveu.

Os filhos nunca aceitaram a versão do pai e começaram uma investigação nos últimos meses. Eles entrevistaram autoridades policiais que investigaram o caso na época, enfermeiras e outras testemunhas.

Os seis filhos juntaram documentos, declarações e informações e entregaram ao delegado Daniel Nery. Eles prestaram depoimento por três horas e registraram um boletim de ocorrência.

Dúvidas

Os filhos alegam que sempre tiveram dúvidas e ouviram relatos de moradores em Santa Catarina. As pessoas diziam a eles que o pai havia matado a mulher e forjado um assalto.

O marido, então, planejou uma viagem sozinho com a mulher até a cidade de São Carlos (SC). O casal saiu de madrugada de casa e ele levou um revólver.

No trajeto até o suposto destino, o marido simulou que o pneu do carro havia furado. Ele parou o carro, pegou uma pedra a acertou a cabeça da mulher. Ele ainda arrastou o corpo da vítima até uma sarjeta, atirou no peito dela e a abandonou no local.

O marido, para sustentar a versão, jogou uma pedra no para-brisa e, desde então, sempre contava que a mulher havia sido assassinada em um assalto nessa viagem.

No último sábado (18) os seis irmãos se reuniram em Lucas do Rio Verde e indagaram o pai sobre o crime. Na frente dos filhos, ele confessou e detalhou o crime.

O idoso justificou aos filhos que, naquela época, a descoberta da traição e, consequentemente a separação, não seriam aceitas pela sociedade.

O delegado informou que, conforme a legislação, trata-se de crime de homicídio, porém prescrito, uma vez que não houve ocultação de cadáver.

De qualquer forma, o boletim de ocorrência registrado em Lucas do Rio Verde será encaminhado para a Polícia Civil de Santa Catarina, que vai decidir se vai abrir uma investigação sobre o caso.

do G1/MT

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