Editorial: Uma lição sobre feminismo pra mulher de Moro e pra quem acha que pode debochar e sair ileso

By 24 de agosto de 2019Lute como uma garota

Aqui vai uma dica grátis nessa noite de sábado: se você não sabe falar sobre determinado assunto, é melhor que fale nada.

Sororidade, empoderamento, empatia, autonomia, feminismo… É chocante o quanto se fala, geralmente mal, desses termos sendo que quem fala mal, não tem a menos ideia do seu significado.

Rosângela Moro, esposa do atual, e por enquanto, ministro da Justiça Sérgio Moro, não sabe o que significa feminismo e isso não chega a ser uma surpresa. O que nos surpreende de fato é que uma pessoa que ocupa um lugar como o dela, se preste ao papel de falar sobre algo que não entende.

Numa postagem que enaltece os afazeres do lar, Rosângela tenta debochar das feministas e a única coisa que conseguiu foi mostrar para o Brasil inteiro que ela deve entender de recursos desviados da APAE, não de feminismo.

Quantos equívocos cabem numa postagem? Vamos tentar enumerar alguns deles deixando o melhor pra o final:

1. Esperando o Ministro da Justiça chegar no Lar!

A conja gosta de usar letras maiúsculas onde não cabe, então vamos considerar que ela usou  liberdade poética.

2. Eu trabalho eu pago boletos eu dou emprego e eu motivo , mas amo Cuidar !! 

Mais uma vez, vamos considerar a liberdade poética. Mas ela poderia aprender a usar melhor a vírgula.

3. Sorry feministas. Mas AMO cuidar de quem eu Amo. 

Ela está se desculpando pelo quê exatamente? No não mundo fake news de Rosângela Mouro, feministas não amam, não cuidam, não cozinham, não arrumam, não beijam, não têm companheiros ou companheiras, não se depilam, não lavam o cabelo e nem devem tomar banho ou escovar os dentes.

Rosângela não tem a menor ideia do que é feminismo. Ela nem imagina que um dos conceitos base do feminismo é a liberdade de escolha das mulheres e isso inclui ser dona de casa, se ela assim desejar.

Fora toda essa baboseira de querer provar que é uma esposa bela, recatada e do lar, fica aqui a dúvida se foi ela mesma que preparou a tal sopa e arrumou essa mesa ~chiquérrima~. Bancar a esposinha dos anos 50 com o trabalho alheio é refresco.

“Mostre para ela que o mundo é dos homens”. Propaganda dos anos 50.

Nada como começar a noite de sábado com a internet em polvorosa.

Taty Valéria

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