Em João Pessoa: O amor dos animais no tratamento de crianças com deficiência

By 26 de agosto de 2019Paraiba

O momento de saber um diagnóstico de deficiência, seja física ou mental, é difícil para qualquer família. Lidar com as condições da criança e aprender uma série de novas informações sobre tratamento inclui uma vida inteira de dedicação. Na Capital, essas famílias não estão sozinhas e tampouco as pessoas com deficiência são invisíveis – pois a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), conta com uma rede de atendimento para prestar serviços de assistência, terapia e inclusão.

Entre esses serviços está a equoterapia, um tipo de terapia praticada com cavalos, que serve para estimular o desenvolvimento da mente e do corpo. Crianças e adolescentes com autismo, microcefalia, paralisia cerebral e deficiências físicas, atendidas no Centro de Referência Municipal e Inclusão da Pessoa com Deficiência (CRMIPD), estão conseguindo resultados muito positivos com esse tipo de tratamento, que é pioneiro na Capital, colocado em prática há um ano e meio pela PMJP.

As sessões acontecem na Associação Paraibana de Equoterapia, no bairro Portal do Sol, onde os pacientes contam com o acompanhamento de instrutores de equitação, fonoaudiólogos e terapeutas. O método consiste primeiramente na aproximação com o animal, em seguida são colocados em prática os programas de hipnoterapia, reeducação e pré-esportivo, combinando a montada com movimentos que estimulam a coordenação motora. Os animais são dóceis e recebem treinamento específico para esse tipo de atividade.

Resultados positivos – A dona de casa Camila Bianca, que é mãe do pequeno Edclaysson Tiago, de 6 anos, portador de microcefalia, comemora os resultados positivos do seu filho em oito meses de terapia com os cavalos. “Os estímulos, a postura, o equilíbrio e a interação social, acho que são as principais conquistas até agora”, explica. “A evolução dele é uma vitória pra mim, uma alegria enorme. Ele melhorou em tudo. Só quem recebe um atendimento como esse para o filho sabe o quanto é especial, o quanto que proporciona em qualidade de vida – para ele e para mim”, completa.

Atualmente, são 60 pacientes participando das sessões, que acontecem uma vez por semana, com duração de 30 minutos. “O prefeito Luciano Cartaxo foi muito sensível a essa causa. Além dessa terapia, que eu acredito que seja inédita entre as capitais do Nordeste, desta forma, custeada pela Prefeitura, temos também o centro específico para cuidar da microcefalia, o Centro de Reabilitação, que em 2013 atendia 60 pessoas e, hoje, são 600”, disse o secretário municipal da Saúde, Adalberto Fulgêncio.

Acesso ao serviço – Para ter acesso às sessões de Equoterapia, o usuário precisa estar cadastrado e estar sendo atendido pelo Centro de Referência Municipal e Inclusão da Pessoa com Deficiência (CRMIPD), no bairro Pedro Gondim, onde uma equipe multidisciplinar – neuropediatra, fisioterapeuta e fonoaudiólogo – faz uma avaliação do usuário, para indicar ou não o tratamento com os cavalos. Na Associação Paraibana de Equoterapia acontece uma nova avaliação, desta vez já no contato do paciente com o animal, para observar o comportamento da pessoa com o animal.

“Porque pode acontecer de algum deles se assustar, ficar agitado. Ou seja, mesmo com a indicação, o usuário pode não se adaptar ao tratamento”, explica Andressa Cavalcante de Araújo, que além de terapeuta é gerente da Atenção Especializada da Saúde. Ela ainda fala da importância da Equoterapia e diz disse que o convênio contratado pela Prefeitura de João Pessoa garante o tratamento por mais quatro anos.

“É uma terapia que não está no SUS, não existe repasse para custear o tratamento, a Prefeitura banca tudo. São cinco anos de convênio com possibilidade de extensão. Estamos funcionando há um ano e dois meses. Uma única sessão custa R$ 90, cada usuário realiza quatro por mês. Como são 60 pessoas, o custo total é de R$ 21 mil mensais. Mas é um investimento que compensa, porque a Equoterapia está melhorando muito a vida dos pacientes, na coordenação motora, concentração, equilíbrio e interação social”, afirma.

da SECOM/JP

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