A ignorância e o reacionarismo de Bolsonaro “contaminam” alguns políticos paraibanos, que atacam até quem educa nossos filhos

By 10 de outubro de 2019Lute como uma garota, Paraiba

O presidente da república, desde que exercia o papel de deputado federal, já demonstrava desconhecer conceitos básicos de civilidade, convivência, educação doméstica e decoro parlamentar.

Deveria ter dado errado, mas deu tão certo que agora esse comportamento serve de “modelo” para que parlamentares de todo o país assumam essa postura, afinal de contas, Bolsonaro acabou sendo eleito presidente. Pois bem, João Pessoa também possui uma representação que deixaria o presidente orgulhoso.

Atacada de forma acintosa e covarde na manhã desta quinta-feira (10), uma conselheira tutelar foi mais uma vítima do reacionarismo e da ignorância que agora fazem parte da pauta de atuação de uma parlamentar que, ao invés de procurar por problemas reais existentes na Capital, resolveu buscar mídia e palco passando por cima do trabalho e do nome de pessoas que ela sequer conhece, e que não procurou conhecer.

Mas nós procuramos.

Verônica Oliveira é militante de direitos humanos há 35 anos, além de educadora popular com foco em crianças e adolescentes em situação de rua, conselheira tutelar eleita em 2016 e reeleita para mais um mandato, que começa a partir de janeiro de 2020.

Verônica Oliveira

Em setembro desse, Verônica foi procurada pela direção da Escola Cidadã Integral (ECIT) Pastor João Filho, em Mangabeira, para falar sobre a prevenção ao uso de drogas. Durante sua apresentação, ela notou a forma desrespeitosa que alguns alunos estavam tratando não só o tema, mas também sua presença.

“Nesse momento, eu tentei trazer o tema pra questão da liberdade em poder debater esse tipo de assunto. Falei da oportunidade em poder pensar diferente, se opor, construir junto uma nova realidade, e que eles deveriam valorizar aquele espaço pois estávamos à beira de uma militarização do ensino público. Falei sobre os riscos de perdermos a universidade pública, e sobre a importância de discutir o tema”.

Verônica ainda afirma que foi questionada sobre a escola militar. “Minha resposta foi que eu não poderia expressar nenhuma opinião, pois esse projeto não havia sido discutido com a sociedade”.
Sua fala foi gravada, retirada de contexto e exposta de maneira difamatória durante vários dias. Por estar concorrendo à reeleição no Conselho Tutelar, Verônica não podia usar a imprensa para fazer sua própria defesa.

“Me senti agredida, exposta, caluniada e sem direito de defesa”, afirmou Verônica, que se mostrou preocupada com a atuação de pessoas que foram eleitas pelo povo e que pregam o ódio e a vingança.

“Tenho um filho de 10 anos que está assustado diante das agressões e pela misoginia provocadas pela vereadora, que ataca de forma irresponsável quem pensa diferente dela”, disse, salientando que entrará com pedido de medidas judiciais cabíveis.

Talvez a partir de uma reação judicial, cessem as ofensas, agressões, calúnias e desrespeito ao trabalho dos professores da rede pública estadual.

Taty Valéria

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