Estudante cria projeto de empoderamento econômico para pessoas trans

By 30 de janeiro de 2020Fora do Armário, Lute como uma garota

Uma estudante transgênero do curso de Serviço Social da Universidade Católica de Salvador criou um projeto para promover o crescimento e independência social e financeira da população de travestis e transexuais da capital baiana.

Junto com a equipe, formada por outros quatro universitários, Estrela de Souza, 21 anos, conquistou o 3º lugar da Hackathon sobre Políticas Públicas, com o programa Cultura Empreendedora TransResiliente.

“O Centro de Cultura Empreendedora TransResiliente tem por objetivo o empoderamento socioeconômico da população de travestis e transexuais de Salvador, através da capacitação empreendedora e da qualificação profissional e técnica deste público”, pontua Estrela.

A estudante explica que o objetivo do programa TransResiliente é proporcionar a independência por meio da qualificação profissional.

“Eu estou no lugar de gestão, de compreender as necessidade objetivas e buscar articulações com instituições que possam nos oferecer a inclusão por meio de qualificação profissional e técnica. [O Centro de Cultura Empreendedora] Funcionará de maneira horizontal e com uma equipe multidisciplinar, no qual envolva os nossos parceiros e as nossas experiências na moda, arte, estética e cultura”, detalhou Estrela.

Agora, o projeto está em fase final, com os últimos ajustes sendo feitos. Para Estrela, ser uma mulher transgênero, que trabalha para viabilizar o trabalho de outras pessoas trans, significa abrir portas de trabalho e possibilidades de existir.

“Eu sinto-me agradecida pelas travestis e mulheres trans que me antecederam, pois nada do que posso fazer hoje é fruto do meu único esforço. Entendo que nós precisamos continuar essa luta, por uma existência com dignidade, que nosso caminho já não seja a prostituição”, ponderou a estudante.

Neste 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade Trans, Estrela disse ainda que vê a importância da data para a comunidade transgênero e travesti.

“Eu, enquanto uma jovem menina trans, vejo a importância desse dia, reverberada no lugar que consegui chegar como a universidade. E conseguir ser minimamente respeitada, para além do senso comum que o ‘cistema’ [sistema cisgênero] nos coloca. Que possamos continuar lembrando desse dia com mais ações durante todo ano, que nos projete pelo que realmente somos: existências tão quão capazes, de sermos humanas, afetivas, e respeitosas, singulares e potentes”.

do G1/BA

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