Não existe lugar seguro: a história da adolescente assediada que foi parar num site pornô

By 30 de janeiro de 2020Machismo mata, Vá se tratar

Imagina a situação:

Você tá de boas no ônibus. Um homem qualquer chega perto de você, e sem consentimento algum, começa a se excitar na sua frente. Você tenta ignorar. Ele te filma e manda o vídeo para um site de conteúdo pornográfico com uma chamada extremamente grosseira e nojenta.

Uma pesquisa realizada pelo Instituo Patrícia Galvão, divulgada em junho de 2019, aponta que 97% das mulheres com mais de 18 anos já sofreu algum tipo de assédio dentro de transportes coletivos. Aconteceu comigo também.

O caso acima, foi exposto na última segunda-feira (27) com uma adolescente de 17 anos, que depois do assédio sofrido no ônibus, descobriu que estampava uma página de um site pornô. Pelo twitter, desabafou: “Estou sem chão”.

“Fui assediada. Isso pq eu saí de casa pra ESTUDAR. Ser mulher é ter medo de ir pra rua correr atrás do próprio futuro. Sabem o pior? Gravaram o assédio. Fui parar num site pornô”, contou. “Estou sem chão, não tenho psicológico pra lidar com isso”, desabafou a vítima.

A mulher ainda contou que o assédio aconteceu em um ônibus no bairro do Jardim Satélite, em São José dos Campos, interior de São Paulo, por volta das 13h. “Estava indo pro curso fazer um simulado. Estou compartilhando pra alertar outras mulheres. Homem de mais ou menos 55 anos, branco, alto, cabelo loiro. Não desejo pra ninguém a sensação de se sentir usada, como se fosse um objeto!”.

“Nunca pensei que fosse acontecer comigo as coisas que vemos na TV. O machismo está mais próximo de nós, do que imaginamos. Não caiam no mesmo erro que eu cometi, de tentar fingir que nada aconteceu ou que era ‘coisa da minha cabeça’”, afirmou Jai.

Nesta terça-feira (28) mulheres procuraram a polícia depois de encontrarem cenas de assédio no coletivo em que são vítimas compartilhadas em páginas com conteúdo pornográfico.

Os registros da adolescente foram feitos em novembro de 2019, mas há imagens de dois anos divulgadas no perfil. O homem usa um codinome na internet e os vídeos foram compartilhados em várias plataformas.

Os casos são apurados pela DDM, que orienta que as mulheres que se identificarem nos vídeos procurem a Polícia Civil para o registro do caso.

da redação, com informações do Catraca Livre e do G1

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