Lenín Moreno, presidente do Equador. Ele se preocupa com os homens feios |
Na América Latina, nove mulheres são assassinadas por dia, vítimas de violência de gênero. A região, segundo um relatório da ONU Mulheres, é o local mais perigoso do mundo para elas, fora de uma zona de guerra.
É fato que a América Latina, especialmente a América do Sul, estão sofrendo com governos fascistas, que endossam o discurso machista e que minimizam as diversas violências sofridas por meninas e mulheres.
O Equador, país que não faz fronteira com o Brasil e que talvez por isso, represente uma realidade um pouco mais ‘distante’, segue a regra de ridicularizar aquilo que nos violenta.
Na última sexta-feira (31), o presidente do Equador, Lenín Moreno, fez declarações machistas durante um encontro com investidores e depois foi às redes sociais para pedir desculpas.
“Os homens são constantemente sujeitos a acusações de assédio. Vejo que as mulheres frequentemente denunciam assédio, é verdade, é bom que o façam, mas às vezes vejo que estão com raiva dessas pessoas feias”, disse o presidente durante uma reunião na cidade de Guayaquil. Pessoas feias? Nem devemos perder tempo falando sobre pessoas feias X pessoas bonitas.
Em seu pedido de desculpas uma rede social, ele negou que pretendesse minimizar a violência contra a mulher ou denúncias de abusos.
“No meu comentário sobre assédio, [eu] não pretendia minimizar um assunto tão sério como violência ou abuso. Peço desculpas se foi entendido dessa maneira. Rejeito a violência contra as mulheres em todas as suas formas!”, disse o presidente na noite da própria sexta-feira (31).
Equatorianos criticam o presidente
Moreno enfrenta uma onda de críticas nas redes sociais por causa das declarações.
No sábado (1), a ativista de direitos humanos Lolo Miño rejeitou as expressões de Moreno e questionou sua capacidade de governar.
“É uma questão de saber se uma mulher se sente à vontade com a abordagem, não se o cara é bonito ou não. Às vezes duvido que ele (o presidente) seja capaz de administrar o país. Que vergonha”, afirmou Miño.
A organização Mulheres pela Mudança se manifestou em uma rede social: “Não, não presidente Lenín Moreno, não é que as mulheres agora pareçam assediadas, é que homens como você nunca acharam ruim assediar! Rejeitamos suas declarações violentas”.
Só pra refrescar a memória, leia aqui o caso de Paola Guzman. Numa sociedade em que uma história tão trágica demorou 14 anos para ser levada à sério, declarações como essas feita por um presidente devem ser rebatidas.
Não sigamos esse exemplo.
Taty Valéria, com informações do G1.