Menstruação, sexo, prevenção e autoconhecimento! A importância de ir ao ginecologista e por que as brasileiras ignoram isso

By 12 de fevereiro de 2020Lute como uma garota

Pelo menos 5,6 milhões de brasileiras não costumam ir ao ginecologista-obstetra, 4 milhões nunca procuraram atendimento com esse profissional e outras 16,2 milhões não passam por consulta há mais de um ano, indicou uma pesquisa da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Segundo a pesquisa Expectativa da Mulher Brasileira Sobre Sua Vida Sexual e Reprodutiva: As Relações dos Ginecologistas e Obstetras Com Suas Pacientes, o resultado mostra que 20% das mulheres com mais de 16 anos correm o risco de ter um problema sem ao menos imaginar. Foram entrevistadas 1.089 mulheres de 16 anos ou mais de todas as classes sociais, em todo o país.

Divulgada em 2019, a pesquisa mostra a realidade de vulnerabilidade que cerca meninas e mulheres em todo o país. Além da escassez de serviços e profissionais no serviço público, do valor irreal das consultas privadas (em João Pessoa, a média do valor de uma consulta é de R$ 350 reais), ainda temos o fator machismo.

A recomendação médica aponta que as meninas devem procurar um profissional logo a partir da primeira menstruação, mas não é isso que acontece. De acordo com a ginecologista e obstetra Johany Oliveira, “Existe um mito muito grande em função da sexualidade. Levar filha no ginecologista não significa antecipar sua vida sexual”.

Outro ponto que merece reflexão: os inúmeros casos de assédio e abuso que são cometidos por médicos afastam as mulheres ainda mais dos consultórios. Uma pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) levantou o perfil do médico que comete assédio sexual nos consultórios do País. Na maioria dos casos, o agressor é ginecologista, homem, tem entre 50 e 59 anos e trabalha na rede privada de saúde. Ou seja, além de ser o perfil do profissional de saúde que mais comete esse tipo de crime, ele não escolhe classe social, todas estão à mercê.

De qualquer modo, vale a reflexão, tanto para as mulheres, quanto para os profissionais: Como garantir que um atendimento digno possa contemplar as mulheres em todas as fases da vida reprodutiva, incluindo o antes e o depois? Como convencer as mulheres de que esse atendimento é essencial para uma vida mais saudável?

da redação

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