Carnaval na labuta! Mulheres apostam no comércio informal em busca de renda extra

By 23 de fevereiro de 2020Lute como uma garota

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresceu no Brasil a porcentagem de mulheres que sustentam a família. De 2017 para 2018, o número de chefes de família do gênero feminino passou de 30,3 para 32,1 milhões. O número de mulheres desempregadas no Brasil é quase 50% a mais que o número de homens.No 2º trimestre de 2019, o nível da ocupação dos homens, no Brasil, foi estimado em 64,3% e o das mulheres, em 45,9%.

Diante desse quadro, as mulheres também se tornaram maioria entre vendedores ambulantes no período de carnaval. De acordo com dados da prefeitura de Salvador, as mulheres representam 67,6% do total de trabalhadores cadastrados para a folia deste ano. Ou seja, dos 4.500 vendedores durante a festa, mais de 3 mil são mulheres.

Sem trabalho formal, muitas dessas vendedoras veem na festa a oportunidade de uma renda para o sustendo. É o caso da estudante Tailane dos Santos, de 20 anos. Trabalhando pela primeira vez no Carnaval, ela conta que vai usar o dinheiro que conseguir para pagar o curso técnico de Enfermagem.

“Minha mãe se separou de meu pai e eu estou ajudando ela. Ela está sem condições de pagar meu curso técnico em enfermagem. A minha expectativa é que até o Carnaval eu consiga esse dinheiro”, conta a estudante, que vive com a mãe e três irmãs.

Já Juciane de Jesus, de 27 anos, está no nono Carnaval. Para ela, a festa é o momento de garantir o sustento da família. “Pagar minhas dívidas, comprar comida, o material escolar e farda do meu filho. Pra mim essa renda significa tudo”, explica ela.

“Eu moro com quatro pessoas. Minha mãe, meu filho de 10 anos e meu namorado, que também é correria. O que vier a gente faz. Minha mãe está parada porque está doente, então eu preciso trabalhar pra ajudá-la”, completa Juciane.

Assim como Juciane, Laila Santos, de 26 anos, também viu na festa momesca a chance de ajudar a família. Desempregada, ela sustenta sozinha o filho de 10 anos.

“Com essa renda que faço aqui eu compro as coisas pra dentro da minha casa, compro material de escola do meu filho. Eu me sustento durante um mês”, conta.

Novo material

Na última quinta-feira (20), vendedores tiveram o material de trabalho danificado após confusão no Circuito Dodô (Barra-Ondina). Eles receberam novos kits barracas, sombreiros e caixas de isopor para trabalharem durante a folia.

“Nós sabemos como os ambulantes se preparam para aproveitar o período de festas e fazer uma renda extra. Assim que ficamos sabendo do que aconteceu, buscamos a melhor forma para ajudar as vendedoras. Felizmente conseguimos atender a esta demanda”, comentou Harry Racz, gerente regional de marketing da Ambev.

do Correio da Bahia

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