Por que continuamos a ignorar os apelos de quem teme ser (e acaba sendo) vítima de feminicídio?

By 4 de março de 2020Machismo mata, Vá se tratar

Lembram dessa história aqui?

O guarda municipal Valtenir Pereira da Silva, de 35 anos,  matou a tiro a ex-namorada, Maxelline da Silva dos Santos, de 28 anos, em Campo Grande. O crime aconteceu no último domingo (1º) e Valtenir segue foragido. Valtenir era capacitado para atender vítimas de violência doméstica. Veja a história completa aqui.

O fato é que Maxelline fez uma publicação nas redes sociais como se estivesse esperando pela tragédia. Em seu perfil no Facebook, ela compartilhou um texto que retrata a angústia sobre o número de mulheres vítimas de feminicídios no Brasil.

“Se o coronavírus matasse 1 pessoa a cada 2 horas, totalizando 4.476 mortes em 1 ano, estaríamos completamente em pânico! No Brasil, uma mulher é morta a cada 2 horas e ninguém quer enxergar isso como uma epidemia,” dizia a publicação.

Mesmo foragido há 72 horas, o guarda municipal tem feito publicações nas redes. Pessoas que mantêm o número de celular de Valtenir fizeram cópias das mensagens publicadas em status — em que as postagens duram 24h. “Adeus a todos que estiveram comigo. Porque a essa vida, já não pertenço mais”, diz umas das mensagens.

Em outra mensagem, ele diz: “Deixo aqui meu recado de Adeus a todos…Meus filhos, meus irmãos, meu pai, meus companheiros de serviço. O coração e a mente do ser humano mesmo fortalecidos não deixam de ser fraco; essa fraqueza que nos leva a cometer atos impensados; o desespero nos leva ao inferno, e o que vc faz não tem volta; se meu destino é o inferno, eu não sei, mas é o que mereço”. Que pena. Só que não.

E só pra encerrar. A foto de Valtenir foi tirada de suas redes sociais demonstra o óbvio. Tirem suas próprias conclusões.

da redação, com Pragmatismo Político

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