Estudo da ONU revela que 90% das pessoas têm algum preconceito contra mulheres

By 5 de março de 2020Machismo mata

Em estudo que analisou dados de 75 países, o Programa de Desenvolvimento da ONU (UNDP) aponta que 90% da população mundial carrega algum tipo de preconceito contra mulheres, seja político, econômico, educacional, ou ligado à violência ou direitos reprodutivos.

O estudo analisou dois períodos de tempo: entre 2005 e 2009 e entre 2010 e 2014 e foi divulgado nesta quinta-feira (05/03).

Entre as estatísticas levantadas pelo Tackling Social Norms: A game changer for gender inequalities (Atacando Normas Sociais: Um divisor de águas em desigualdades de gênero, em tradução livre) está que 30% das pessoas acreditam que um marido tem direito de bater em sua esposa. Metade acredita que homens são melhores como líderes políticos e 40% pensam que os homens são melhores CEOs.

Apesar de mulheres terem, em geral, menos preconceitos, a diferença é pequena: 86% de mulheres apresentam algum preconceito de gênero, ante 91% dos homens.

“Nós sabemos que vivemos em um mundo dominado por homens, mas com esse estudo conseguimos colocar números por trás desses preconceitos,” disse Pedro Conceição, diretor de desenvolvimento humano da UNDP, ao The Guardian. “Eu considero os números chocantes.”

O Brasil aparece na pesquisa como destaque negativo. Foi um dos poucos países em que a misoginia cresceu nos últimos 9 anos. Enquanto 87,98% tinham pelo menos um preconceito contra mulheres entre 2005-2009, esse número aumentou para 89,5% até 2014. O número de pessoas sem preconceito caiu de 12,02% para 10,5%.

Para Pedro Conceição, a preocupação maior com os resultados é que os avanços desaceleraram. “Nosso estudo mostra que é um padrão que se repete,” afirmou. “Há grandes progressos em áreas básicas de participação, mas quando começamos a falar de um empoderamento maior, parece que batemos em uma parede”.

A Suécia é um exemplo. Apesar de ser um dos seis países (junto com Andorra, Austrália, Noruega, Nova Zelândia e Países Baixos) onde a maioria da população não tem preconceitos, foi um que viu o número crescer na década estudada.

Da Época

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