Quem paga o pato? Exame do coronavírus ao vivo em radialista expõe dúvidas sobre critérios para se fazer o teste na Paraíba

By 20 de março de 2020Paraiba

Que já desconfiamos de que existe sub notificações dos casos na Paraíba, não é novidade.

Até segunda ordem, só paciente graves estão se submetendo ao teste de coronavírus. Protocolo do Ministério da Saúde? Ok.
Mas uma notícia que saiu agora a pouco, demonstra que talvez o protocolo de testes não esteja sendo cumprido tão à risca quanto deveria.
O colega jornalista Luís Torres, estava apresentando o programa diário na Rádio Arapuan quando teve que interromper o trabalho por que uma equipe de saúde  chegou em sua residência para realizar o teste.
Não é o caso de não estar preocupada com a saúde do ex-secretário. Estou preocupada com a saúde de todos, inclusive com uma amiga que fez viagem recente à Itália, apresenta os sintomas, procurou o serviço de saúde e foi orientada a ficar em casa, sem fazer o teste.
Nosso questionamento é simples: qual é o real protocolo? Ser idoso? Ter histórico de viagem à Europa? Apresentar estado grave? Ou furar a fila? 
Até ontem, não haviam testes suficientes para todos, não havia estrutura para acolher todos os doentes e qualquer menção à sub notificação era vista como “destrambelhamento”. Se agora há testes para todos que apresentam sintomas e histórico, fico menos apreensiva.
Só não quero crer que existe uma elite da elite que pode se beneficiar de contatos que vem de cima. Aí sim, a pandemia será incontrolável e os mais vulneráveis, inevitavelmente, vão pagar o pato.

O que diz o jornalista Luís Torres

Antes que o vírus da politicagem se alastre, eis uma breve narrativa sobre exame do Covid-19. 
Só reportei meu caso para as autoridades disponíveis, Estado e prefeitura de João Pessoa, porque havia tido contato com alguém que passou a semana em São Paulo e voltou gripado, tendo o mesmo feito o teste. 
Usei, então, como todo cidadão os serviços disponibilizados. O telefone 32189214, divulgado pela prefeitura, só dava ocupado. Fui atendido por um dos quatro telefones celulares disponibilizados pelo Estado. Contei minha história antes mesmo de revelar nome. E a atendente só considerou previdente fazer o exame após eu reportar contato com que tive com quem chegou de São Paulo e gripou. 
Por isso, anunciou que enviaria. Creio que isso se encaixa nos critérios. 
Acho que fez certo, inclusive. Não quero imaginar que nós jornalistas, que estamos cobrindo de perto essa pandemia, não temos o direito a testar o Corona. 
A equipe que veio informou-me que tem feito em média dez atendimentos por dia. Como são quatro equipes, imagino que tem atendido umas 40 pessoas por dia. E é isso que devemos cobrar. Que atendam ao máximo de pessoas por dia. E estimular que todos tenham a responsabilidade de informar as autoridades sobre tudo porque quanto mais informação melhor. 
E temos sim que cobrar que amplie cada vez mais o protocolo. Se você conhece alguém q está tentando e não consegue divulgamos. 

Comigo, pode contar.”

Luís Torres ainda acrescentou que quer estimular as pessoas a terem responsabilidade e não se esconderem, e que não defende A ou B. “Ao contrário, estou trabalhando como jornalista para que o serviço seja casa vez maia eficiente. Por exemplo, divulguei que o telefone da prefeitura não pega. Se divulgam, tem q ter gente ou mais linhas pra atender. Como disse, estamos juntos nesta batalha. E não em lados opostos”.

Atualizada às 17h08

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