Abraçar o isolamento, a doença sem sintomas e o que temos de fazer e cobrar pra conter a pandemia

By 21 de março de 2020Brasil

Aquilo que temos falado durante toda semana, finalmente teve uma confirmação: o Brasil não sabe quantas pessoas estão com a covid-19. Pior, não temos nem um número aproximado.

Os dados divulgados diariamente pelas autoridades e centralizados pelo Ministério da Saúde estão longe de representar a realidade. Isso acontece basicamente por três motivos:

  • Só faz o teste quem está internado com quadro mais grave e sintomas da doença (no geral);
  • Mesmo quem consegue fazer o teste precisa esperar dias, às vezes mais de uma semana, para saber se está com covid-19;
  • A maioria das pessoas infectadas não apresenta nenhum sintoma, ou seja, não faz ideia se está contaminada.

O problema não é exclusividade da Paraíba, do Brasil, nem de países mais pobres. Os europeus mais afetados pela pandemia, como Itália e Espanha, enfrentam a mesma situação. Até a pequena e rica Suíça passa por isso.

Mesmo não representando a realidade, os números oficiais podem ser o ponto de partida, se levarmos em conta pesquisas recentemente publicadas sobre a expansão da doença em outros países.

Um estudo com base no caso da China, país de origem do vírus, estimou que 86% das pessoas infectadas não apresentavam sintomas da doença. E foram justamente elas que ajudaram a espalhar o coronavírus por lá. Até o momento, o país asiático contabiliza mais de 80 mil casos.

A projeção utilizada pelo governo brasileiro é a de que o número de casos pode dobrar a cada três dias se não forem adotadas medidas de restrição do contato social, como o cancelamento de eventos e a suspensão de aulas.

Um estudo realizado por pesquisadores da PUC-Rio, Fiocruz e Instituto D’Or da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro estimou que, até o dia 26 de março, no pior cenário projetado, o Brasil pode ter até 4.970 casos confirmados de coronavírus.

A única forma possível de evitar que a doença se espalhe, é fazendo o isolamento.

Não tem outro jeito.

da redação, com informações do UOL

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