Ela está fazendo 100 anos, é ceramista e sambadeira, mas está impedida de trabalhar por conta da pandemia

By 14 de abril de 2020Lute como uma garota

O Recôncavo Baiano está em festa. Uma de suas ilustres representantes completa, nesta terça-feira, 14, 100 anos de muita história, luta e celebração. Trata-se de Ricardina Pereira da Silva, popularmente conhecida como Dona Cadu, uma mulher afro-indígena que desempenha diversas atividades, como ceramista, sambadeira, rezadeira e líder da comunidade Coqueiro, nas margens do Rio Paraguaçu.

Para comemorar a data, o Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), faz, nesta terça, duas transmissões ao vivo, por meio do perfil do CCPI no Instagram. A primeira é dedicada ao lançamento do selo “Dona Cadu – 100 Anos de Cultura Popular”, com participação da própria Cadu.

Para o diretor do Centro de Culturas Populares e Identitárias, André Reis, a longevidade de Dona Cadu está ligada à simplicidade de sua vida e ao prazer em fazer aquilo que se gosta. “É uma pessoa de 100 anos, que está muito bem viva, lúcida e fazendo seus trabalhos. Ela dança, reza e faz as panelas de barro. A experiência que a gente vive com ela é um aprendizado de como podemos viver bem com pouco. A grande representatividade de Dona Cadu é a grande saberdoria de viver feliz”, declara.

A segunda transmissão será destinada à criançada, quando vai haver a contação de história do livro infantil “O Dia que almocei a Bisa”, de Rosangela Cordaro, resultado do Mestrado em História da África, Diáspora e Povos Indígenas – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), que conta a história de Dona Cadu.

História

Dona Cadu nasceu no dia 14 de abril de 1920, no município de São Félix, na Fazenda Pilar, no Recôncavo Baiano. Atualmente mora no distrito de Coqueiros, no município de Maragogipe. Ceramista, ela dá vida a panelas, pratos e outros utensílios feitos com barro de modo artesanal, diariamente. Dona Cadu é também rezadeira, sambadeira e dona do Samba de Roda Filhos de Dona Cadu, que tem como vocalista seu filho Balbino. É reconhecida por sua singularidade, simplicidade e criatividade.

Solidariedade

A mais antiga ceramista em atividade celebra o centenário em meio à pandemia do novo coronavírus, que a obrigou a cumprir o isolamento social. Com isso, ela está sem poder exercer sua atividade. Familiares de Dona Cadu aproveitaram o dia do seu aniversário para presenteá-la com um ato de solidariedade: abriu espaço para doações, de qualquer valor.

DOAÇÕES:
Ricardina Pereira da Silva – Dona Cadu
Banco do Brasil (001)
Conta corrente:8916-8
Agência: 0040-X
CPF: 683.265.565-72.

Do A Tarde

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