No dia 4 de maio, publicamos a matéria “Efeito batom”: Conheça a fascinante história dessa medida governamental de autoestima em plena guerra mundial. A nossa inspiração partiu de um questionamento de uma leitora: “estou sentindo falta de usar batom. As máscaras destruíram nosso batom”. Encontramos informações no site El País sobre o uso do batom vermelho durante a Segunda Guerra Mundial e de como esse cosmético ajudou a elevar a moral de milhares de mulheres que viveram em meio à guerra.
Uma inspiração levou à outra, e um grupo de mulheres de Campina Grande resolveu lançar o desafio do batom vermelho, e com o mesmo objetivo, elevar a moral das mulheres que estão em quarentena.
O perfil do Instagram Loucas pelo 13, que agrega torcedoras do Treze Futebol Clube, incentivou que as seguidoras postassem fotos usando batom vermelho com a hastag #EfeitoBatom
Para Rafaela Cabral, administradora do perfil, o desafio vai muito além da simples estética. “Eu sei que as mulheres lutaram e lutam até hoje por direitos e libertação, e eu sei que o batom vermelho é um tabu por ser sexualizado. Então quando eu vi a postagem pensei em fazer o desafio e mostrar o liberdade de poder usar um batom, de se mostrar poderosa e dizer que sim, temos liberdade de usar um batom na hora que quisermos e como quisermos”.
“Não é só um batom, é a libertação de poder usar”, afirmou Rafaela, salientando que a aceitação entre as seguidoras foi quase instantânea.
Sexismos e teorias à parte, o fato é que um batom, especialmente vermelho, pode sim elevar a auto estima e a moral da mulheres. Não se trata apenas de um batom. Diz respeito ao poder de escolha. Você é obrigada a usar? Jamais. Mas não dá para fugir do poder de um batom vermelho, inclusive em tempos de guerra, mesmo que seja uma guerra silenciosa, como a que estamos vivendo agora.
Taty Valéria