A realidade das crianças rejeitadas de uma adoção e a alegria dos casais que fogem do perfil padrão

By 25 de maio de 2020Brasil
imagem ilustrativa

Em João Pessoa, o casal Maurício (advogado) e Pedro (professor universitário), fazem parte de um seleto grupo de pais que foge do perfil padrão de quem deseja adotar um filho.

A ideia inicial do casal, ao entrar na fila de adoção, era encontrar uma criança pequena. “Nossa intenção, à princípio, era adotar um filho entre 3 e 7 anos de idade. Mas nós fomos até o abrigo e nos apresentaram um casal de irmãos, com 8 e 10 anos, ambos negros ”, afirma Maurício.

“Nós tínhamos apenas um parâmetro de idade, mas abrimos nosso coração para acolher aqueles irmãos. Nós queríamos ser pais, e eles precisavam de uma família”, disse o advogado.

Hoje as crianças estão com 11 e 13 anos respectivamente, e o casal não consegue mais se ver sem os filhos.

Nesse 25 de maio, Dia Nacional da Adoção, a justiça busca promover debates e conscientizar a sociedade sobre o direito de crianças e jovens à convivência familiar e comunitária com dignidade, um dos princípios mais importantes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a legislação nacional de proteção aos menores de 18 anos.

Segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem quase 34 mil crianças e adolescentes abrigadas em casas de acolhimento e instituições públicas por todo país. Destas, 5.040 estão totalmente prontas para a adoção. São milhares de pequenos cidadãos e jovens à espera de uma nova família, de um ambiente amoroso e acolhedor em que se sintam seguras e onde tenham a chance de crescer de forma saudável e pacífica.
Na outra ponta, são 36.437 pessoas interessadas em adotar uma criança.

Mas a conta não fecha porque existe um perfil que é buscado pelos pretendentes na hora de adotar: 14,55% só adotam crianças brancas; 58% aceitam apenas crianças até 4 anos de idade; 61,92% não aceitam adotar irmãos; e 61% só aceitam crianças sem nenhuma doença.

Do total de 9,5 mil crianças e adolescentes cadastrados no CNA, 49,79% são pardos, contra 16,68% brancos. Do total de crianças, 55,27% possuem irmãos e 25,68% têm algum problema de saúde. Além disso, 53,53% têm entre 10 e 17 anos de idade.

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