Ele nasceu mulher. Ela nasceu homem. Mas como tudo nessa vida, ninguém é obrigada a nada. Eles cresceram e passaram pelo processo de ressignificação de identidade de gênero, se conheceram, se apaixonaram e agora esperam o primeiro filho.
A modelo transexual Danna Sultana, 36, e seu noivo Esteban Landrau, 31, também trans, estão ansiosos com a chegada do bebê Ariel. Em suas redes sociais, o casal compartilha, com seus seguidores, cada etapa da gravidez de Esteban, que já está com oito meses. Recentemente, os futuros pais postaram o ultrassom do filho e receberam muito apoio do público. Segundo a emissora colombiana Caracol Televisión, atualmente, os dois estão em Porto Rico, em isolamento, devido à pandemia do coronavírus.
Natural de Porto Rico, o personal trainer Esteban nasceu como mulher, mas decidiu mudar sua identidade para o gênero masculino. No entanto, manteve seu órgão reprodutivo feminino, o que permitiu que engravidasse de Ariel. Já Danna é uma mulher trans, atribuída ao gênero masculino ao nascer, que possui uma identidade de gênero feminina. Ela nasceu em Medellín, Colômbia, e ficou conhecida por vários trabalhos como atriz, modelo e dançarina.
Em meio a sua jornada artística, Danna encontrou com Esteban e os dois decidiram que iriam construir uma família. “Eu sou uma mulher trans, meu noivo é um homem trans. Por acaso, nos conhecemos e, a partir desse momento, soubemos que deveríamos ficar juntos. Agora, queremos ampliar a família e temos a oportunidade de fazer isso naturalmente, sabemos que é um caminho difícil em nível social, mas estamos juntos, nos amamos e é o amor que nos guia a educar nossos futuros filhos”, disse Danna em seu site.
Em 2019, os dois anunciaram que estavam grávidos com fotos em suas contas pessoais no Instagram. Em entrevista à CNN, em Espanhol, o casal falou da gestação. Esteban explicou que não teve muitos enjoos e vômitos. O treinador também disse que vem sentindo algumas mudanças em seu corpo, como por exemplo, o crescimento dos seios, mesmo depois da mastectomia.
Apesar do estranhamento que podem causar, cabe à nós, enquanto sociedade que se pretende ser justa e igualitária, respeitar as decisões e aprender a lidar com os novos arranjos familiares, que buscam, antes de qualquer outra coisa, a felicidade e a liberdade de ser o que quiserem.
da redação, com a revista Crescer