Um comerciante de 39 anos de Amambaí, no Mato Grosso do Sul, foi detido na última sexta-feira (27) por desacato contra a delegada da cidade, Larissa Franco Serpa. O caso veio à tona nesta quinta-feira (2).
O motivo inicial foi uma postagem do homem nas redes sociais. Ele comentou em uma notícia sobre prisões na cidade, que contava com uma entrevista com a delegada, que o município estaria “lascado” pelo fato da delegacia da cidade ser chefiada por uma mulher.
Ofendida, a delegada abriu um boletim de ocorrência e o homem foi conduzido à delegacia, onde foi interrogado e indiciado. Ele responderá por desacato e injúria.
“O caso foi comigo e, independente de qualquer mulher, seria muito desagradável”, afirmou a delegada Larissa Franco Serpa, titular da delegacia do município.
De acordo com Serpa, que assumiu a função em novembro de 2019, foi feito o boletim de ocorrência na última sexta-feira (26) e outro colega fez o interrogatório com o suspeito. Na ocasião, o homem alegou que “entende que uma mulher em uma função desta é complicado”.
De acordo com a Polícia Civil, durante o depoimento na delegacia o comerciante seguiu sustentando teses machistas. “Mulher é muito frágil para estar comandando uma delegacia de polícia”, teria dito, adicionando ainda que o lugar é “apenas para homens”.
“Ele alegou o que muita gente pensa, mas, não fala. Na delegacia, ele disse abertamente que uma mulher nesta função de delegada, simplesmente por ser do sexo feminino, é frágil. Foram as palavras dele, então, por exemplo, ele falou que não tem como atirar, não tem como abordar ninguém e só serviria para mexer com papel”, disse a delegada.
Após assinar um termo de compromisso de comparecimento, o homem foi liberado e, pelas redes sociais, recuou com um vídeo de desculpas. “Venho pedir desculpas a todas as mulheres, à Polícia Civil e, em especial, à doutora Larissa pelo comentário infeliz, desrespeitoso e burro que fiz no Facebook. Estou arrependido e me comprometo a não fazer mais esse tipo de comentário”, declarou.
O comerciante, de acordo com a polícia local, já possui passagem por ameaça em contexto de violência doméstica.