Situações desesperadoras pedem atitudes desesperadas. Um jovem de 19 anos, que estava mantida como refém pelo ex namorado, conseguiu enviar, pelo leiteiro, um pedido de socorro.
O caso aconteceu em Goianésia, na região central de Goiás. A moça estava presa junto com seus dois filhos – um bebê de 9 meses e um menino de 2 anos – que presenciaram as agressões sofridas pela mãe.
De acordo com a avó das crianças, a jovem teve uma união estável com o agressor por cerca de três anos, mas terminou o relacionamento e conseguiu uma medida protetiva contra ele. No entanto, essa ordem da Justiça nunca foi respeitada, já que o homem sempre voltava à casa da vítima.
De acordo com o registro policial, quando ele foi à residência na quarta-feira (10), a jovem insistiu que não o aceitaria mais e que não o queria lá, o que levou o suspeito a agredi-la e ameaçá-la. A jovem relatou aos policiais que, nesse momento, levou chutes, tapas e socos do homem e que ele permaneceu na casa, se recusando a ir embora e passando a noite lá.
Na madrugada, ela conseguiu mandar mensagens à irmã pedindo ajuda, mas quando o agressor acordou e viu o que ela havia feito, tomou o aparelho dela, segundo registros da Polícia Civil.
Sem ver outra alternativa e pensando em como poderia sair daquela situação, ela escreveu uma carta de socorro endereçada à mãe e entregou o papel ao leiteiro, que vai todos os dias de manhã à casa para entregar o leite à família.
“Ele leu a carta ficou muito preocupado e ligou para o cunhado da vítima, que é quem ele conhecia e poderia indicar onde a mãe dela morava. Ele, então, pegou o endereço e foi lá entregar o pedido de socorro da jovem”, explicou a delegada Poliana Bergamo, que acompanha o caso.
Na carta, a vítima das agressões pede que os filhos que ela tem com o agressor sejam salvos primeiro e que, depois, fossem buscá-la. A jovem pede ainda que ninguém ligue ou mande mensagem, porque o autor havia tomado o celular dela.
“Elas foram à delegacia, denunciaram os fatos e, no mesmo dia, viemos e prendemos o rapaz em flagrante”, completou Poliana.
Ainda de acordo com a delegada, a vítima continua muito abalada, mas mais tranquila com a detenção do agressor, e por saber que a Polícia Civil já pediu a prisão preventiva dele.
Segundo Poliana, a vítima já havia registrado duas queixas contra ele no último ano – também por agressões físicas e verbais. A princípio, o autor deve responder por descumprimento da medida protetiva, vias de fato e ameaça.
com informações do G1