A Paraíba é o estado brasileiro com a menor taxa de estupro contra mulheres no ano de 2020. O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
De acordo com o levantamento, 1,7 a cada 100 mil mulheres foi estuprada na Paraíba.
Já o Mato Grosso do Sul é o estado com o maior número de casos de estupros de mulheres. Cerca de 53,1 a cada 100 mil mulheres foram estupradas no estado.
Os casos de lesão corporal no contexto de violência doméstica caíram 11%, e os estupros e estupros de vulneráveis tiveram uma queda de 21% e 20%, respectivamente.
Seria uma notícia a se comemorar, a queda nos registros de lesões corporais e estupros impressiona, já que era esperada uma alta com o confinamento. Especialistas afirmam, porém, que se trata de uma subnotificação, isto é, menos denúncias foram feitas em razão das dificuldades impostas pela pandemia. Governos de estados como Acre e Sergipe reforçam que os números estão, de fato, subestimados.
Denunciar um crime de estupro não é fácil, nem rápido. Além da dor física e psicológica, a mulher precisa se expor para estranhos e contar e recontar sua história repetidas vezes. O exame de corpo de delito (quando o crime deixa marcas físicas) é invasivo e desconfortável, para dizer o mínimo. E ainda temos o agravante da vítima ser desacreditada. Num contexto de pandemia, passar por todo esse processo se torna ainda mais penoso. Ressaltamos que sim, é preciso denunciar! Mas entendemos quando isso não acontece. O que não podemos fazer é comemorar números como se eles representassem a realidade.
Veja mais dados do Monitor de Violência:
O Brasil teve um aumento de 2% no número de mulheres assassinadas no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Os casos de feminicídio também subiram. Em contrapartida, os registros de outros crimes relacionados à violência contra a mulher, como agressões e estupros, caíram no país.
Nos primeiros seis meses de 2020, 1.890 mulheres foram mortas de forma violenta em plena pandemia do novo coronavírus – um aumento de 2% em relação ao mesmo período de 2019.
O número de feminicídios também teve uma leve alta: Houve 631 crimes de ódio motivados pela condição de gênero.
Os dados revelam que:
- o Brasil teve 1.890 homicídios dolosos de mulheres no primeiro semestre de 2020 (uma alta de 2% em relação ao mesmo período de 2019)
- do total, 631 foram feminicídios, número também maior que o registrado no primeiro semestre do ano passado
- 14 estados tiveram alta no número de homicídios de mulheres
- 11 estados contabilizaram mais vítimas de feminicídios de um ano para o outro
- Rondônia é o estado com a maior alta (255%) e o maior índice de homicídios de mulheres: 4,4 a cada 100 mil
- Acre é o estado com a maior alta (167%) e a maior taxa de feminicídios: 1,8 a cada 100 mil
- o país teve 119.546 casos de lesão corporal dolosa em decorrência de violência doméstica (11% a menos que no primeiro semestre de 2019)
- houve o registro de 9.310 estupros (uma redução de 21% em um ano)
- foram 13.379 estupros de vulnerável (uma queda de 20% no indicador de um ano para o outro)
- o Pará tem a maior alta de casos de lesão corporal (46%) e o Mato Grosso, a maior taxa (259 a cada 100 mil)
- Rondônia é o único estado do país com alta no número de estupros
do G1