Brasil é um dos países onde meninas e mulheres jovens sofrem mais assédio online

By 8 de outubro de 2020outubro 14th, 2020Especiais, Lute como uma garota, Machismo mata

Uma pesquisa global sobre assédio online realizada pela organização não governamental Plan International, mostra que as meninas e jovens brasileiras estão entre as mais vulneráveis ​​à ataques na Internet e nas redes sociais. Pesquisas realizadas em 22 países/regiões mostram que, em média, 58% dos entrevistados sofreram alguma forma de assédio virtual. Os dados mostram que, no Brasil, esse índice é bem superior, de 77%.

O estudo intitulado “Liberdade online? -Como as meninas e mulheres jovens lidam com o assédio nas redes sociais virtuais” ouviu um total de 14.000 adolescentes e jovens de 15 a 25 anos de diferentes partes do mundo. Eles relatam que são vítimas de todo tipo de assédio no ambiente virtual, desde cor sexual, aparência, racismo ou comentários relacionados a comunidades LGBTQ +, e até mesmo expressando opiniões políticas.

Segundo dados do Plan International, um dos motivos pelos quais o índice de agressão do Brasil é superior à média global é que o país ocupa o segundo lugar entre as pessoas que mais visitam as redes sociais e a Internet. Em 2019. “No Brasil, 99% delas estão usando, então é impossível pedir a essas meninas que saiam das redes sociais e da internet. Isso é uma realidade hoje, principalmente no contexto da pandemia, onde as pessoas estão cada vez mais conectadas. Lazer, aprendendo ou expressando opiniões ”, explica Ana Paula de Andrade, gerente de Marketing e Comunicação da Plan International Brasil.

As jovens determinaram que a plataforma digital mais utilizada é o WhatsApp (94%) , Instagram (78%) e Facebook (64%). No entanto, em termos de assédio, os entrevistados afirmaram que os ataques mais comuns vieram do Facebook (62%), seguidos do Instagram (44%) e do Whatsapp (40%).

Entre os assédios ouvidos pelas brasileiras, elas disseram ter enfrentado linguagem ofensiva e insultuosa (58%), humilhação física (aparência) (54%) e constrangimento deliberado ( 52%) e assédio (48%). De acordo com os dados coletados, os comentários racistas afetaram 41% dos casos notificados, um pouco mais do que os comentários anti-LGBTQI + (40%).

“As meninas estão online mais do que nunca. Não só aprendem, mas também participam e também expressam suas opiniões. É justamente por serem meninas, que sofrem violência. Isso envolve toda a masculinidade e a cultura patriarcal.  O assédio na rua se reflete no ambiente virtual, é o mesmo fenômeno”.

O estudo mostra que a maioria dos ataques via redes sociais vêm de estranhos (47%), seguidos de usuários anônimos e redes sociais (38%), e de pessoas que não são amigos nas redes sociais (38%).

A investigação apontou que, embora esses ataques fossem virtuais, eles tiveram consequências reais e específicas para a vida das meninas. Na pesquisa, 41% das pessoas disseram que o estresse mental e emocional afetará seu comportamento e autoestima. “Elas ficam inseguras e perdem a confiança para falar. Uma em cada cinco pessoas deixa de usar as redes sociais ou reduz o percentual de uso das redes sociais. 12% mudaram a forma de expressão, ou seja, estão começando a ter medo de falar. Também há relatos de “baixa autoestima” e Ana Paula também chama a atenção para o baixo percentual de vítimas, ou seja, 20%, que denunciam seus agressores.

Ela ainda ressaltou que, por outro lado, 46% das pessoas disseram ter denunciado assédio. Ela disse: “Esse número é muito bom, mas ainda temos muitas pessoas que precisam entender a importância da denúncia.”

com informações do Globo.com

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