Uma fenda vermelha brilhando no meio da mata. Um órgão feminino gigante. A obra da artista plástica Juliana Notari, que construiu uma vagina de 33 metros na Usina Santa Terezinha, zona rural de Pernambuco, tem causado curiosidade e polêmica e aqui, reproduzimos o artigo publicado pela ativista Lola Aranovich sobre a obra.
Leia na íntegra:
A artista plástica Juliana Notari construiu uma vagina de 33 metros na Usina Santa Terezinha, zona rural de Pernambuco. Com isso, está provocando a maior raiva da extrema-direita brasileira desde o QueerMuseu, em 2017.
Tipo: alguma moralista de plantão reclamou: “cenário de filme pornô”. Porque essa gente detesta filme pornô, né? Tem até incel marcando um “punhetaço” ao redor do “bucetão”. “Vá em celibato para melhores efeitos”, recomenda o cartaz.
Em entrevista ao Metrópoles, Juliana explicou: “Eu busco tratar da reflexão acerca da desigualdade de gênero e também da destruição do planeta Terra, como entidade e ser vivo. A vulva representa o nascimento, de onde vem a vida, e a obra construída na terra relembra para onde todos vão após a morte, de volta à natureza”.
Diva é uma Land Art, uma enorme escavação em formato de vulva/ferida medindo 33 metros de altura, por 16 metros de largura e 6 metros de profundidade, recoberta por concreto armado e resina.
Agradeço a Roberto Gatis pelo profissionalismo, paciência e sensibilidade (que contradiz a fama dos engenheiros) e a todos os homens que trabalharam na obra: Felipe, Ricardo, Bergue, Irmão Elias, Lilo, Nem, Lorinho, Garanhão, Nó, Jau, Fernando, Pó, Renildo, Nando, Pombo, o filho do irmão Telmo e os que agora não lembro o nome.
PS: Diva é fruto da minha residência artística na Usina e de um convênio da Usina de Arte e do Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM).