Ex inconformado, casa invadida e três tiros! Por que as medidas protetivas não impedem os feminicídios?

By 13 de janeiro de 2021Machismo mata

 

Mais um caso de feminicídio envolvendo um ex-marido inconformado com o fim do relacionamento. Mesmo com boletins de ocorrências registrados por agressões, medidas protetivas, botão do pânico, tornozeleira eletrônica e todos os recursos que a Justiça dispõe, nada impede que um homem tire a vida de uma mulher: mesmo que ele vá preso e cumpra pena, mesmo que ele tire a própria vida. Quando ele se sente no direito de matar, não há lei, mecanismos ou punição que o faça desistir. É só questão de vontade.

Este caso em questão é de uma professora assassinada pelo ex-companheiro na madrugada desta terça-feira (12). Ela era aposentada e atuava na rede pública do Distrito Federal. Marley de Barcelos Dias, 54 anos, foi morta na frente de um dos dois filhos. O caso é apurado como feminicídio pela 13ª Delegacia de Polícia (Sobradinho).

Marley atuou como ex-diretora do Centro de Educação Infantil 4 (CEI) de Sobradinho. A Secretaria de Educação do Distrito Federal (Seedf) confirmou que a vítima trabalhou como professora e que se aposentou em 2017.

Geovane Geraldo Mendes, 44, ex-marido da professora, invadiu a casa da vítima pulando o muro. Depois de entrar, disparou três vezes contra Marley. Segundo o Corpo de Bombeiros, responsáveis pelo atendimento da vítima, vizinhos escutaram tiros e viram o autor do crime fugir do local. Ele saiu em um Jetta branco, carro que pertencia à professora aposentada.

A Polícia Militar do DF informou que a vítima foi atingida por tiros na região do tórax e morreu na hora. Horas depois, Geovane foi perseguido por PMs. Durante a tentativa de prisão, Geovane usou a arma do crime para tirar a própria vida, em São Gabriel (GO), segundo a corporação.

Medida protetiva

Marley tinha medidas protetivas contra o ex-companheiro. A professora tinha registrado duas ocorrências contra Geovane, por perturbação e ameaça, ambas no âmbito da Lei Maria da Penha.

Com o Correio Braziliense

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