Seguindo o exemplo dos EUA: Que mulher negra você indicaria para estampar nosso dinheiro?

By 28 de janeiro de 2021Lute como uma garota

O governo dos Estados Unidos anunciou essa semana que pretende reparar uma dívida histórica: a Casa Branca anunciou que dará seguimento ao projeto de mudar a figura da nota de US$ 20 para a da ativista negra Harriet Tubman, ex-escravizada que ajudou outras pessoas negras a se libertarem antes e durante a Guerra Civil. Harriet se tornou uma importante figura no movimento abolicionista dos EUA. O governo Biden retomará a proposta de colocá-la no dinheiro que circula por aí. Segundo o porta-voz presidencial estadunidense, Jen Psaki, “é importante que nossas cédulas, nosso dinheiro também reflitam a história e a diversidade de nosso país”.

Aqui no Brasil, o silenciamento da história de luta de mulheres negras é uma realidade constante. E se um próximo governo (porque deste atual, não esperamos nada de positivo) seguisse a ideia? Seria uma forma de homenagear mulheres que históricas, mas invisibilizadas.

 

 

Dandara

Dandara não era só companheira de Zumbi de Palmares. Ela era líder do quilombo. A guerreira, que tem data e local de nascimento desconhecidos, morreu em 6 de fevereiro de 1694, no estado de Alagoas. O fato de os registros oficiais sobre a vida dela serem tão escassos evidencia o o silêncio e o apagamento imposto às mulheres negras no Brasil.

O que se sabe sobre Dandara é que ela aprendeu a fabricar espadas e a lutar com esses objetos — ate então, algo absolutamente masculino. Ela também era capoeirista e traçava estratégias e ações de combate. O Quilombo dos Palmares foi fundado por volta do final do século XVI, em Alagoas — onde hoje é o município União dos Palmares —, por mulheres e homens escravizados que haviam fugido de engenhos de açúcar.

Carolina de Jesus

Catadora de papel e mãe solteira de três filhos, a mineira de Sacramento é nome fundamental para se entender a literatura marginal e periférica no Brasil. Seus diários foram transformados no livro “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, publicado em 1960 e traduzido para mais de dez idiomas. A obra é um relato pessoal importante e raro na literatura brasileiras sobre as condições de vida das trabalhadoras negras.

Carolina nasceu em 1914 e morreu em 1977, no sítio que comprou com as vendas de seu livro. Escreveu poemas, cartas e gravou discos. Após sua morte, foi publicado o “Diário de Bitita”, em que conta sua infância e história de luta contra o preconceito social. Sobre a escrita, ela disse: “Catei papel, revirei lixo. Do papel também tirei meu alimento: a escrita”.

Antonieta Barros

 

Laudelina de Campos Melo

Laudelina de Campos Melo foi pioneira na luta por direitos de trabalhadores domésticos no Brasil. Nasceu na cidade mineira de Poços de Caldas em 12 de outubro de 1904, menos de 20 anos depois da abolição da escravatura no país, em 1888. Ela começou a trabalhar aos sete anos de idade, abandonou a escola para cuidar dos irmãos enquanto a mãe trabalhava e aos 16 anos passou a atuar de organizações sociais do movimento negro.

E você? Tem alguma sugestão de outros nomes que poderiam fazer parte das nossas cédulas?

da redação

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