Em meio à pressão causada pela CPI, responsável por programa de vacinação do Ministério da Saúde entrega o cargo

By 1 de julho de 2021Brasil, Justiça

 

A coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI), Francieli Fantinato, colocou o cargo à disposição nesta quarta-feira (30). A servidora não teria suportado à pressão causada pela CPI da Covid-19 no Senado.

Na terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, decidiu que Fantinato deve receber tratamento na condição de investigada pela CPI, o que prevê que ela possa ficar em silêncio. No início do mês a CPI aprovou uma acareação entre a enfermeira e a médica infectologista Luana Araújo, que chegou a ser convidada para integrar a equipe do Ministério, mas acabou não assumindo o cargo de secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19.

Desde a semana passada circulava nos bastidores a possibilidade de a servidora deixar o cargo. Na quinta-feira (24) O GLOBO chegou a questionar oficialmente a pasta sobre o tema, mas o Ministério afirmou que a servidora estava de férias. Na ocasião, Adriana Regina Farias Pontes Lucena constava como coordenadora substituta do PNI. A reportagem perguntou novamente ao Ministério, nesta quarta, sobre a saída de Fantinato, mas ainda não obteve resposta. Segundo relatos, a coordenadora vinha tendo crises de choro devido à pressão enfrentada.

A CPI aprovou a quebra dos sigilos telefônico e telemático de Fantinato, o que pode ajudar a elucidar possíveis irregularidades do ministério no combate à pandemia. No caso da enfermeira, que chegou a ser anunciada informalmente por Queiroga como secretária de Enfrentamento à Covid-19 antes de Araújo, refere-se o caso em que Daniel Freire, filho do secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, foi vacinado contra a Covid-19 em janeiro em João Pessoa. Na data, o jovem, que estuda Medicina, estava fora do grupo prioritário.

A servidora de carreira recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve a quebra de sigilo. Na decisão, o ministro Alexandre de Moraes destacou que uma CPI pode devassar os dados nesse tipo de caso, no qual teriam poder de magistrados, e evocou a separação entre os Três Poderes.

 

do jornal O Globo

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