O pastor Esney Martins da Costa, o chefe da igreja Renascendo para Cristo, cuja sede fica em um bairro de classe média alta de Goiânia, está sendo acusado de violência sexual. Neste domingo (1º), o Fantástico mostrou que a polícia já abriu dois inquéritos para investigar esse caso: um na Delegacia da Mulher e outro na Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente, já que uma das vítimas que o denunciou é uma adolescente de 16 anos.
O lugar onde teria acontecido a maior parte dos abusos, o Morro da Serrinha, fica a menos de 10 minutos do centro de Goiânia, que era usado como monte das orações pelos fiéis da igreja. O pastor levaria suas vítimas ao local sempre à noite, sem ninguém por perto, sempre trancado no carro com elas.
“Era muito normal a gente ir para o monte com ele. Às vezes iam algumas meninas. Aí ele vinha, tocava no meu peito e dizia: ‘Isso aqui não é nada. Isso aqui não é nada para Deus’. Pegava na minha parte íntima e dizia: ‘O que é isso aqui?’. E eu falava: ‘Para! Eu não gosto disso’. Eu dava crise e estressava. E ele dizia: ‘Você é tão soberba e egoísta. Você acha que isso tem algum valor para Deus? Você não deixa Deus usar eu na sua vida. Cuidado que amanhã Deus vai colocar uma pessoa e vai te estuprar”, relembra uma das vítimas.
A adolescente que denunciou também viveu momentos de terror. A mãe relembra: “Todas as vezes que ela ia, ela chegava em casa chorando. E se mutilava. As pernas, as costas. E eu comecei a desconfiar”.
Mas demorou a perceber que era por causa do pastor. Até o dia em que pediu pra ver o celular da filha. As mensagens deixavam claro o que estava acontecendo e os áudios comprovavam que as crises de agressividade da filha adolescente eram por orientação do pastor.
“Foi um choque. Quando eu vi aquilo, o meu mundo desabou. Eu morri ali”.
Mais um pastor acusado de abuso sexual. Mais um homem que usa do poder da fé e da ignorância, e usa o nome de Deus para cometer esse tipo de crime. Até quando?