A invasão do grupo fundamentalista Talibã à cidade de Cabul, capital do Afeganistão, vem gerando pânico, mortes e fuga em massa do país. No esporte, outra nota triste: por conta do cenário de instabilidade, delegação paralímpica afegã não poderá ir aos Jogos de Tóquio. A história foi revelada inicialmente pelo jornal inglês “The Telegraph”.
Zakia Khudadadi e Hossain Rasouli, atletas do Taekwondo, modalidade que fará sua estreia na Paralimpíada, ficaram presos no Afeganistão, assim como toda a equipe de apoio à delegação. O país paralisou seus vôos após invasão ao Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul, nesta segunda-feira, que resultou em pelo menos cinco mortes.
— A situação atual deixou a nação afegã sem palavras e despedaçou sonhos e esperanças de prosperidade no país. O time do Comitê Paralímpico do Afeganistão viajaria a Tóquio para competir nos Jogos. Mas, infelizmente, devido à situação, a equipe não conseguiu deixar o país a tempo — disse o chefe da missão paralímpica afegã, Arian Sadiq, ao “Telegraph”. A informação foi confirmada ao veículo pelo Comitê Paralímpico Internacional.
Com os aeroportos fechados, não há qualquer previsão de vôos comerciais para Tóquio, o que inviabiliza a presença no evento, que acontece entre o próximo dia 24 e 5 de setembro.
Há a possibilidade até que Khudadadi, de 23 anos, tenha que abrir mão da carreira, caso permaneça no país. As restrições impostas pelo Talibã, que deve assumir o controle governamental do Afeganistão nos próximos dias, envolvem pesado cerceamento aos direitos das mulheres. Khudadadi, campeã paralímpica africana de Taekwondo em 2016, aos 18 anos, começou a carreira profissional durante um momento de maior abertura do país.
do portal O Globo
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