Mulher em cárcere é resgatada após pedir ajuda com bilhete de loteria

Uma mulher mantida em cárcere privado foi resgatada após pedir ajuda a vizinhos usando um bilhete de loteria. No papel, a vítima escreveu: “me ajude, preciso sair dessa casa, estou sendo ameaçada de morte pelo meu companheiro, me ajuda”.

O caso ocorreu no último sábado (23) em Anápolis, no estado de Goiás. Um dos vizinhos acionou a Polícia Militar e o suspeito foi preso em flagrante. Segundo informações repassadas pelo 28° BPM, a vítima aproveitou um momento em que foi levar o lixo até a frente da casa para deixar o bilhete.

Ela já estava em cárcere há pelo menos um mês, quando se mudou junto para Anápolis com o companheiro. Segundo o registro da ocorrência, o homem queimou roupas e outros pertences da mulher e ainda agrediu ela e seu filho.

O suspeito, que não teve o nome divulgado pelas autoridades, não tinha outras passagens pela polícia.

Não seja conivente ou omisso

Na falta de acesso à um telefone ou pessoas próximas, mulheres têm procurado meios alternativos de pedir socorro.

Em Sobradinho, Distrito Federal, uma mulher de 27 anos que estava numa agência bancária fazendo o saque do Bolsa Família, fez um bilhete no extrato e entregou ao funcionário do banco. O agressor foi preso.

Em Maceió, Alagoas, uma mulher de 28 anos pediu ajuda em um bilhete entregue no meio de documentos do filho durante a matrícula escolar do menino. A Polícia Militar foi acionada pela direção da escola e o homem foi preso em flagrante por violência doméstica.

A campanha “Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica” propõe um gesto silencioso para que mulheres em situação de violência possam denunciar. O protocolo é simples e exige dois gestos apenas: para a vítima, fazer um “X” nas mãos, que pode ser feito com caneta ou mesmo um batom.

Ligar para a polícia e simular um pedido de pizza também tem sido um meio recorrente para denunciar violências e pedir socorro.

Em todos esses casos, o que acaba salvando a vida dessas mulheres, além da criatividade, é a percepção e a sensibilidade de quem recebe a mensagem. Não fechem os olhos.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

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