Pioneira: Renata Silveira é a primeira mulher a narrar jogo de Copa do Mundo em TV aberta

By 23 de novembro de 2022Brasil, Lute como uma garota

 

O futebol é, ainda, um campo extremamente machista e nós sabemos disso. A discrepância de salários no futebol masculino e no feminino e de espaço na mídia já dão o tom do que estamos abordando aqui. Mas esta semana vimos Renata Silveira marcar mais um golaço para o time das mulheres ao se tornar a primeira de nós a narrar uma partida de Copa do Mundo na TV aberta. Isso é gigante!!!!

Renata não caiu de paraquedas. Esta carioca de 33 anos é formada em educação física com pós-graduação em jornalismo esportivo. Renata começou a carreira na narração ao vencer em 2014 um concurso da Rádio Globo. Como prêmio, narrou os jogos Uruguai x Costa Rica e Croácia x México, pela Copa do Mundo. Estreou na televisão ao ser selecionada pela Fox Sports para narrar jogos da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Entre eles, Brasil x Suíça, Brasil x Bélgica e a final França x Croácia.

Em dezembro de 2020, foi contratada pela TV Globo, sendo a primeira narradora da história da empresa. Desde então, acumula transmissões tanto na TV aberta quanto na fechada, com direito a estreia no futebol masculino em abril deste ano, na narração de Ceilândia x Botafogo, pela terceira fase da Copa do Brasil.

FUTEBOL É COISA DE MULHER

Futebol também é coisa de mulher. A gente conhece, a gente gosta, a gente quer jogar. Mas para isso acontecer, a gente tem que sair quebrando barreiras que homens não precisam enfrentar. Não nos presenteiam com bola quando somos crianças, assim como não nos colocam na escolinha de futebol ou não nos levam aos estádios. Somos impedidas de jogar, nos silenciam quando queremos comentar (até entre amigos) e o combo da homofobia chega rasgando quando ultrapassamos todas estas barreiras e jogamos, comentamos, torcemos, falamos.

Ser mulher no futebol não é fácil, mas nada para nós é. Desta forma, estamos aqui reverenciando Renata, que narrou com muita competência, dados técnicos, informações adicionais e narrando com maestria um jogo extremamente enfadonho, que foi Dinamarca x Tunísia (mas virão outros, ufa!).

A Globo transmite jogos da Copa desde 1970. Só agora temos uma mulher no quadro de profissionais para transmissão.

Eu pensei ainda usar este espaço para mostrar os inúmeros comentários machistas, misóginos, preconceituosos (e bem burros) dos machos de plantão. Mas não… aqui vamos apenas reverenciar Renata, agradecer por ela ter coragem, não desistir e lutar por todas nós!

Parabéns, Renata! Você é gigante!!!!

Márcia Marques, com informações do Globo Esporte

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