Campina Grande ganha mais uma feira agroecológica nesta quarta-feira

By 18 de setembro de 2023Especiais, Paraiba

Quem mora próximo ao IFPB terá mais facilidade de levar para casa uma variedade de alimentos fresquinhos, livres de agrotóxicos e transgenia e a preços acessíveis

A cidade polo do território da Borborema, com mais de 400 mil habitantes, está ganhando mais uma feira agroecológica. A mais nova iniciativa vai ser inaugurada na próxima quarta-feira, dia 20, das 7h ao meio dia, no Instituto Federal da Paraíba, o IFPB de Campina Grande, que fica na Dinamérica (R. Cecília Nunes de Oliveira, 671). Os demais espaços funcionam no centro, na UEPB e no Catolé.

Espaços como esses, que oferecem alimento saudável, livres de veneno e de transgênicos (organismos geneticamente modificados) e com valores acessíveis, são extremamente importantes para a saúde dos/as brasileiros/as atualmente.

De acordo com o Atlas Geográfico do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, entre 2000 e 2010, cresceu em 100% o uso de pesticidas no planeta, no mesmo período em que o aumento no Brasil chegou a quase 200%. Outro dado assustador revelado pela publicação é que cerca de 20% de todo agrotóxico comercializado no mundo é consumido no Brasil.

O Atlas foi publicado em 2017 e é resultado de uma minuciosa pesquisa realizada por Larissa Mies Bombardi, professora da Faculdade de Geografia da Universidade de São Paulo. Trata-se de um livro com dados inéditos sobre o consumo de agrotóxicos no Brasil e faz um paralelo com o que acontece na União Européia.

Feirantes – A jovem Thalia Jorge de França (26) vai ser uma das seis feirantes. É a primeira barraca que Thalia pode chamar de sua, apesar de já trabalhar nas feiras agroecológicas do território há nove anos.

Thalia está na expectativa quanto a aceitação dos clientes aos produtos que ela colhe e seleciona do sítio onde mora com seus pais no sítio Lasquinha, em Alagoa Nova. Na barraca dela, assim como na dos demais feirantes, diversidade e abundância não faltarão. Além de beleza dos produtos fresquinhos, colhidos no dia anterior.

A lista de produtos que Thalia vai levar para os novos clientes do IFPB é a mesma da que os pais, seu Josinaldo e dona Josulega França, abastecem a barraca na feira do Museu do Algodão: banana, alface, coentro, coco verde, cebolinha, polpa de frutas, banana-maçã, brócolis, couve-flor, entre outros.

Além de Thalia, que vem de Alagoa Nova, a feira do IF vai ter famílias agricultoras de mais quatro municípios: Lagoa Seca, Esperança, Remígio e Massaranduba. A diversidade de municípios indica também uma diversidade de ambientes climáticos como o brejo, agreste e áreas mais secas.

“Esse mosaico de regiões implica numa oferta de alimentos que são produzidos em maior escala em cada ambiente deste. No brejo, que é uma área mais úmida, e no agreste, se produz mais frutas, hortaliças e raízes. E nas áreas mais secas, temos uma predominância de culturas do roçado, como milho, feijão e fava, e também de produtos de origem animal”, comenta Wagner Santos,.

E quem organiza os produtores e garante a produção sem veneno? As quatro feiras de Campina Grande (IFPB, Estação Velha, Catolé e UEPB) são organizadas pela EcoBorborema (para saber mais sobre a Eco:“Ser uma associação é feito um mói de formiga preta”, assegura um sócio da EcoBorborema).

“Para além de ser uma associação, a EcoBorborema é uma Organização de Controle Social (OSC) credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que garante, através de processos de certificação participativa das famílias agricultoras, que os alimentos vendidos nas feiras são, de fato, orgânicos”, acrescenta Wagner Santos, técnico da AS-PTA, organização parceria do Polo da Borborema, que é a instituição guarda-chuva da EcoBorborema.

Mas não são só as feiras de Campina que a EcoBorborema realiza. A lista abarca mais oito feiras semanais em oito municípios: Lagoa Seca, Massaranduba, Alagoa Nova, Areial, Esperança, Remígio, Arara e Solânea.

Critérios para vender nesta feira – Segundo Gerusa Marques, da coordenação da EcoBorborema, a associação entende que cada sócio/a deve participar de, no máximo, três feiras por semana. “Se não, fica sem tempo para a produção de alimentos”. Na distribuição das barracas, um critério foi garantir vagas para a juventude camponesa. “Temos dois jovens participando. Uma de Alagoa Nova, que é Thalia, e outro de Lagoa Seca.”

Como surgiu a iniciativa – Além da Ecoborborema, para a feira acontecer no IFPB, um grupo de estudantes, técnicos administrativos e docentes também se mobilizou. Segundo a professora Márcia Gomes, que coordena a iniciativa, “foram construídos espaços de diálogos para acolher a iniciativa no Campus Campina Grande, que resultou em um projeto de extensão.”

“A nossa expectativa é de que a feira seja um local não só de comercialização de produtos agroecológicos, mas também de socialização de informações sobre os alimentos que ingerimos e de conscientização dos consumidores”, complementa a professora.

Serviço:
Dias e locais das outras feiras agroecológicas organizadas pela EcoBorborema no território

QUARTAS

  • Campina Grande, Estação Velha, a partir das 4h


QUINTAS

  • Campina Grande, UEPB – Central de Aulas, a partir das 6h

 SEXTAS

  • Campina Grande, Catolé, Du Bu 4, a partir das 6h
  • Massaranduba, em frente ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a partir das 6h
  • Esperança, ao lado do Sindicato dos/as Trabalhadores/as Rurais, a partir das 6h
  • Areial, na praça central, a partir das 6h
  • Remígio, na rua da Prefeitura, a partir das 6h
  • Arara, ao lado da Igreja Matriz, a partir das 6h
  • Solânea, no Sindicato dos  dos/as Trabalhadores/as Rurais, a partir das 6h

SÁBADOS

  • Lagoa Seca, ao lado do Mercado Municipal, a partir das 6h
  • Alagoa Nova, ao lado da Câmara Municipal, a partir das 6h

OBS: Para saber mais sobre as feiras e as Quitandas Agroecológicas, espaço fixo de comercialização da produção das famílias agricultoras, acessa o insta @QuitandasdaBorborema

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