A então estudante de enfermagem Stefani Firmo, viveu momentos de horror durante uma viagem de ônibus entre Recife (PE) e Salvador (BA), em 29 de novembro de 2022, quando teve o rosto cortado enquanto dormia, no interior do veículo. Uma mulher que estava sentada atrás da jovem foi considerada a principal suspeita pela polícia, pois os agentes encontraram em seu poder uma faca de churrasco pequena e nova, com a lâmina de corte afiada. Como não havia evidências suficientes, o delegado de plantão lavrou um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) para apurar a lesão corporal praticada contra a jovem e liberou a suspeita.
Depois que as imagens do circuito interno do ônibus foram divulgadas, se constatou que a suspeita foi autora da agressão contra Stefani. Se trata de Edrilza de Lima Nascimento, e ela pode estar escondida na Paraíba ou no estado de Pernambuco. Em entrevista ao Paraíba Feminina, Stefani Firmo, que agora é enfermeira formada, conta que decidiu expor o rosto e o nome da agressora com o objetivo de que a repercussão midiática ajude a localizá-la.
“Eu fui informada pela minha advogada que um mandado de prisão tinha sido expedido, mas fui orientada a não falar sobre isso para não atrapalhar o andamento, ela poderia fugir. Só que já se passaram 4 meses, nada foi feito, ela continua livre. Eu acredito que a mídia vai ajudar a encontrar essa mulher, alertar a população também, porque ela está solta e é um perigo enorme”, disse a enfermeira.
Na última sexta-feira (15), Stefani postou o rosto e o nome da agressora em suas redes sociais e conseguiu algumas informações. Entre elas, a que a mulher poderia morar em João Pessoa ou Recife. “A polícia só me informou nome completo, não me informou mais nada, então foi depois da divulgação que eu consegui descobrir a suposta localização dela”, afirmou. Quem tiver informações sobre o paradeiro de Edrilza de Lima Nascimento pode entrar em contato com a polícia através do 190.
A agressão contra Stefani foi, à princípio, considerada “leve” pela polícia, mas passou a ser lesão corporal grave, com pena que pode chegar até 8 anos de detenção. Até o momento, a enfermeira não sabe os motivos que levaram Edrilza de Lima Nascimento a cortar seu rosto, um ferimento que causou 18 pontos. “Hoje a cicatrização está bem. Estou tendo cuidados básicos com a pele, com o rosto, uso produtos para cicatrização passadas pela dermatologista enfim, cuidados básicos para não manchar a cicatriz.”
“E eu tenho um tratamento pendente que é o micro agulhamento robótico para fazer a reparação, principalmente na região abaixo dos lábios, que foi onde o corte foi mais profundo e a cicatriz está mais evidente. Mas eu ainda não iniciei esse tratamento”, diz a jovem, lembrando que passou um tempo sem pensar muito no caso, mas que retomá-lo e exigir justiça, também faz parte do seu processo de cura.
“No geral, estou bem, mantenho o meu acompanhamento com a terapeuta desde dezembro. Eu também tentava me desligar do caso, mas é algo que eu preciso encarar novamente, até a questão psicológica mesmo, eu preciso encarar de vez para tratar, porque eu consigo lidar racionalmente com o caso. Mas emocionalmente ainda é algo que precisa ser curado, trabalhado em terapia, mas já estou tendo esse acompanhamento”, finalizou a enfermeira, que reside no município de Itabuna, na Bahia.
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Taty Valéria