“Ter ela arrancada de nós injustamente desse jeito, machuca ainda mais”: acompanhe o relato da amiga de Mariana Tomaz; julgamento do acusado acontece dia 16

O Cartório Unificado dos Tribunais do Júri da Comarca de João Pessoa, informou na manhã desta terça-feira (7), que o julgamento do réu Johannes Dudeck será realizado no dia 16 deste mês (novembro), no 1º Tribunal do Júri da Capital. A sessão estava marcada para acontecer nesta quinta-feira (9), mas, a pedido da defesa, foi adiado (pela segunda vez). Dudeck será julgado pelo estupro e feminicídio da estudante Mariana Tomaz, que aconteceu em março de 2022.

Sobre Johannes Dudeck, o Paraíba Feminina publicou algumas matérias. Em relação ao julgamento e à estratégia da defesa, você pode acompanhar mais detalhes no vídeo ao final da matéria. Mas e sobre Mariana Tomaz? O que sabemos sobre ela?

Mensagens de whatsapp, conseguidas com exclusividade pela redação, mostram uma Mariana radiante com seu primeiro exame de ultrassom, quando ouviu os batimentos do bebê de uma paciente grávida. Esse também foi o último dia de vida da jovem.

 

Mas quem era Mariana na intimidade? Nada melhor que uma amiga para nos contar um pouco sobre a jovem estudante de medicina, que queria se formar e ser ginecologista e obstetra. Acompanhe aqui o relato de Paloma Cecília, que esteve com Mariana desde que ela começou a faculdade e que esteve ao seu lado até o último dia de vida da amiga.

Eu e Mariana, apesar de sermos de cidades quase vizinhas, nos conhecemos através de um sonho em comum, a medicina. Em 2019 eu conheci a irmã que a vida me presenteou. Fazíamos tudo juntas, sentávamos ao lado na faculdade, estudávamos a semana toda, éramos do mesmo grupo de estágio e todo final de semana eu ia pra casa dela na sexta e ficava até a segunda pra estudar para alguma prova, sair, ir à praia ou só pra cozinhar alguma comida que gostávamos e assistir TV, sempre estávamos juntas, essa era a rotina.

Paloma e Mariana /Arquivo pessoal

Mariana era uma pessoa que sempre estava feliz, sempre sorrindo. Não gostava de ficar sozinha e sempre nos chamava pra fazer algo, tínhamos um grupo grande de amigos, Mariana era querida por todos! Ela sempre estava cercada de várias pessoas que a amavam. Ela tinha o sonho de ser GO (ginecologista e obstetra), sempre que tínhamos estágio ela ia feliz, animada, porque era mais um dia que estava perto do seu sonho, inclusive esse foi o estágio do última dia da vida dela, ela estava radiante.

 

 

Paloma e Mariana/ Arquivo pessoal

Falando em sonhos, tínhamos planos de morar juntas no internato, e ela estava ansiosa pois iria finalmente estar naquela rotina tão esperada. Ela era estudiosa, esforçada, amava organizar tudo que fazia, inclusive já estávamos procurando o apartamento que íamos dividir, com aquela empolgação gigante.

Perder Mariana, foi como perder uma parte de mim, uma ferida aberta no peito que não consegue sarar, um buraco que foi aberto e dói, dói não ter mais ela pra conversar, pra ir aos estágios comigo, pra desabafar ou só pra estar ao lado nos finais de semana mesmo sem fazer nada. Eu perdi uma irmã, perdi a pessoa mais próxima e ter ela arrancada de nós injustamente desse jeito, machuca ainda mais. Mariana nunca fez mal à ninguém, todos a amavam tanto que não conseguimos lembrar dela de outra forma que não seja sorrindo. Hoje ela é minha estrela no céu, sei que mesmo não estando fisicamente entre nós, ela vai estar comigo em todos os momentos de minha vida, na formatura, nas viagens que planejamos, nas praias e lugares que íamos e em todo momento de minha vida“.

 

Acompanhe mais detalhes sobre o caso:

 

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