O início da tarde de ontem foi de pânico para lojistas e clientes do Mangabeira Shopping, na capital. Por volta das 13h20, Luis Carlos Rodrigues da Silva, de 46 anos, atirou nas costas de uma mulher, gerente de um restaurante local, e fez dois reféns. A mulher, identificada
como Mayara Barros, 37 anos, foi atingida por quatro tiros, um disparo na coxa, um no abdômen e dois nas costas. A gerente chegou a ser socorrida no local, mas não resistiu e veio a óbito.
A Polícia Militar foi acionada, cercou o shopping e conseguiu, após negociação, a liberação dos reféns sem ferimentos e a rendição do suspeito. De acordo com o coronel Benevides, comandante do 5o Batalhão e coordenador da operação, a motivação do crime foi a falta de respostas da vítima, em relação a uma entrevista de emprego. “O suspeito fez uma entrevista meses atrás, mas não recebeu nenhuma resposta da gerente, disse que ligou várias vezes, mas ela não atendeu. Ele nos disse que hoje amanheceu com esse pensamento na cabeça (de ir à loja tomar satisfação)”. Ainda, de acordo com o coronel Benevides, o homem foi ao shopping armado com um revólver calibre 38 e dezenas de munições. “Ele foi diretamente para a gerente. Foi algo pessoal”. Após atirar na gerente, o homem fez mais dois reféns, sendo um cliente e um funcionário do shopping.
Um policial civil, que estava na Praça de Alimentação no momento do crime, iniciou as negociações para socorrer a mulher. “Esse agente fez a primeira negociação e ganhou a confiança do indivíduo. Vieram até a sacada do shopping e foi passado um celular para ele, que já estava cercado. Ele jogou a arma ao chão e soltou o refém”, afirmou. De acordo com o coronel Benevides, o homem teria entrado
em surto após um longo período de desemprego. “Ele entende que foi discriminado por ser pobre e por ser uma pessoa que
não tem condições. Quem conversou com ele ali no momento, viu que ele não estava em sã consciência.”
O coronel Benevides também informou que Luis Carlos Rodrigues da Silva não tinha registros criminais anteriores.
Após ser preso, o suspeito foi encaminhado à Central de Polícia, onde foi ouvido e irá aguardar os demais procedimentos da Polícia Civil.
Shopping emite nota
A administração do Mangabeira Shopping emitiu uma nota em que expressou indignação com o ocorrido e em solidariedade a Mayara Barros, que foi morta, e às demais vítimas. O estabelecimento suspendeu as atividades no restante do dia, em solidariedade à vítima. A administração do centro comercial ressaltou também na nota a rapidez da PM e dos agentes de Patrimônio “que evitaram que o episódio tomasse proporções ainda maiores”.
Governador se solidariza
Através do Twitter, o governador João Azevêdo se manifestou sobre o ocorrido. “Lamento profundamente a morte da gerente de loja, Mayara Valéria, nesse triste episódio que aconteceu no Mangabeira Shopping e chocou a todos nós. A solidariedade dos paraibanos a toda a família. Ressalto também a ação rápida da nossa polícia que evitou uma tragédia ainda maior”.
Taty Valéria
Matéria publicada no Jornal A União, edição de 13 de janeiro de 2024